Joaquim Candeias da Silva*

1. Identificação do local
    No decurso do levantamento documental que levei a cabo, há cerca de dez anos, com vista à dissertação de doutoramento sobre o período filipino, deparei-me com uma série de textos referentes a obras de engenharia hidráulica no Médio Tejo a montante de Abrantes, ordenadas por Filipe II (I de Portugal), ao longo dos anos de 1581-1582.
    O local de maior interesse apontado pelas fontes, também o mais intrincado problema a resolver no longo curso e onde a acção do grande engenheiro filipino Juan Baptista Antonelli mais incidia, era no chamado «Passo de Alfanzira», a duas léguas de Abrantes. O topónimo, porém, extinguira-se de todo na memória colectiva. Das pessoas a quem perguntámos por ele, ninguém o reconhecia. De todas as cartas topográficas compulsadas, nenhuma o mencionava.
    A partir de uma análise mais minuciosa das referências documentais, cheguei, porém, à conclusão de que a obra e o microtopónimo se deveriam localizar em território abrantino, algures numa zona ribeirinha entre Alvega/Concavada e Mouriscas, mais precisamente entre a foz do Rio Frio e a estação CF de Mouriscas, na margem direita do Tejo. E, a termos em conta tanto o esforço humano então requisitado como as avultadas somas investidas, dificilmente o tempo e a natureza poderiam tudo apagar. Alguma coisa teria de subsistir...
    Recorrendo de novo à Carta Militar de Portugal, na escala 1/25.000 (Folha n.0 322, ano de 1946), dos Serviços Cartográficos do Exército, rapidamente confirmei o sítio, pois lá vinha esboçada a configuração de um acidente não natural, um traçado em jeito de canal [Coordenadas de Gauss N - 047(a 049).775(a 777)]. E, deslocando-me propositadamente ao local, com vista ao seu reconhecimento no terreno (in loco), de imediato obtive a esperada (re)confitmação.
    Do facto dei então conhecimento verbal e particular a algumas individualidades, entre as quais o Sr. Presidente da Câmara, conduzi lá inclusivamente algumas turmas de Cursos de Património, não tomando eu, todavia, a iniciativa de qualquer medida oficiosa por escrito em viltude dos trabalhos que me absorviam e da dissertação académica que preparava, cujos conteúdos principais naquela altura convinha manter inéditos.
    Transcorrido algum tempo, defendida a minha dama ('tese"), e uma vez colocado nos escaparates o livro que foi a causa da descoberta e onde o assunto era pública e amplamente divulgadol, pensei que era chegada a altura de se fazer (mais) qualquer coisa, de concreto, em prol daquele nosso património arquitectónico e cultural. E, foi assim que, visando a sua valorização e salvaguarda, apresentei na sessão da Assembleia Municipal de Abrantes de 30 de Junho de 2000 uma Proposta de Classificação do imóvel, eventualmente de "interesse público". No essencial, é essa proposição que aqui se aduz.


O Canal Filipino em fotografia aérea e na Carta Militar 1:25 000

2. Um pouco de história — enquadramento 
    O sítio em questão localiza-se adentro do Tejo, a montante do Casal do Tejo e a jusante do Casal de Vale Covo, ambos na antiga vintena dos Cascalhos (freguesia de Mouriscas), onde também chamam o Cachão, por as águas do rio ali correrem com alguma pressão e ruído, entre densos fraguedos xistosos de extraordinária dureza. Geologicamente serão estes de origem pré-câmbrica, da chamada "série negra", e daí que nem as águas de milénios a fio tenham conseguido ainda rompê-los. A paisagem, que ali se estende em grande lastro, é por isso agreste e escalavrada; mas a morfologia e constituição do solo, se por um lado dificultava a navegação, por outro permitia a instalação de engenhos, que em determinadas épocas do ano aproveitavam a boa energia hidráulica para molinação.
    As primeiras notícias da existência de moinhos ou azenhas nestes sítios remontam aos finais do século XIV, aquando das primeiras concessões por D. João I de certos direitos e beneficios a Femand'Alvares de Almeida, vedor régio. E assim, em 1401, num aforamento de imóveis a seu filho Nuno Fernandes previa-se que os mesmos pudessem vir a passar a Diogo Fernandes de Almeida, irmão de Nuno, caso este não tivesse geração (Chanc. D João I, liv. 3, f. 15); em 1411 recebia o mesmo Diogo a mercê da renda de um quarto dos "bocais" de Alfanzira — espécie de canais de água para as azenhas (Ver Doc. 1); e, a 26.12.1431, por ocasião do enlace matrimonial do dito Diogo Fernandes com D Maria de Sousa, dama na corte, doou D João I aos noivos, como dote de casamento em suas vidas, diversos bens na área de Abrantes e entre eles muito concretamente os direitos reais dos moinhos de Alfanzira, que então andavam na mão de um Diogo Gomes da Silva:
    «Nós, Dom João (...) damos aos sobreditos (...) o nosso reguengo de Santa Margarida [da Coutada] e d 'Amoreira e o direito dos nossos moynhos de Rio de Moynhos e os d'Alfanzira que de nós trazia Diogo Gomes da Silva, que he em termo d'Abrantes, [para] que elles os tenham de nós em suas vidas delles ambos e cada hum delles (...) Dante em Almeirim, 26 de Dezembro de 1431 [da era de César, -38 = 1393 da era de Cristo]. Diogo de Figueiredo a fez. Lopo Afonso, público notairo [geral da corte], que esta fez escrever [TT, Chancelaria de D João 1, liv. 4, fl. 125, e Gavetas, XX, 8-5].
    Sabemos mais que chegaram a existir ali, pelo menos, seis azenhas, pelo século XIX.
    Mas, a zona, essa era habitada desde tempos pré-históricos: é hoje bem conhecida, nas proximidades (limite do concelho de Mação), a Anta da Foz do Rio Frio, valor concelhio pelo Dec.-Lei 129/77; estão identificados por ali, em ambas as margens, testemunhos de ocupação romana, porventura pequenos casais do Baixo-lmpério (estações de Vale Covo, Monte Morgado e Sr.a da Guia)2; e havia na mesma área e desde tempos imemoriais, logo a montante, a Barca de Bandos, que fazia a transposição viária da Beira para o Alentejo, entre o sítio de Vale Covo e a S.ra da Guia. Havia também diversas pesqueiras, a da Barca (de Bandos), a da Figueira e da Boca da Ribeira (de Rio Frio), do Paredão, entre outras, todas na margem direita (freg.a de Mouriscas), e a revessa do Canto do Inferno (Cachão, Concavada), na margem contrária. E temos ainda os velhos caminhos de sirga ou sirgueiros (corredores laterais de passagem, para que através deles pudessem os barcos ser puxados por cordas), que embora eventualmente do tempo de Antonelli, poderão alguns decalcar trilhos anteriores.
    Relacionada com este Canal filipino, estaria certamente a ermida de N.a Sr.a da Guia (hoje na freguesia de Concavada), que lhe fica quase defronte, num terraço da margem Sul do Tejo com excelente posição e visibilidade. Esta, de acordo com uma lápide existente numa das paredes exteriores, à entrada, foi mandada edificar em 1626, por Lourenço Godinho e sua mulher Isabel Freire, em propriedade sua e provavelmente para cabeça de um Morgado que constituiriam com as suas fazendas. Mas o culto parece ser bem mais antigo, prendendo-se com a devoção secular de barqueiros, pescadores e calafates, especialmente dos primeiros, que faziam o transporte de mercadorias entre Lisboa e Alvega. Reza a lenda que a imagem da Virgem foi achada certo dia dentro de um poço com água, com a particularidade de a madeira e vestes se encontrarem completamente secas (pelo que o elemento líquido em nada a afectava). Daí que os populares se habituassem a invocar a Senhora, mormente em tempo de cheias, tempestades e nas longas viagens de água abaixo ou água acima, pois acreditavam que Ela os guiava nos momentos mais dificeis, livrando-os de afogamentos. E ao passarem defronte da ermida, descobriam-se e rezavam, pedindo protecção:


Ermida de N.a Sr.a da Guia

— «Nossa Senhora da Guia / que estais ao pé do Tejo / sempre que por 'qui passo / tiro o meu barrete e rezo».
«Na freguesia de Alvega, termo da mesma nobre vila de Abrantes, se vê o santuário da Virgem Nossa Senhora da Guia. Está este situado além do Tejo para a parte do Oriente, em as margens do mesmo Tejo, mas em sítio tão alto e eminente que não tem que temer as cheias do rio, porque não poderá lá chegar, por maior que seja a inundação. Esta ermida é muito linda e de galante arquitectura, é rotunda e fechada de meia laranja com sua lanterna, e por remate uma grimpa defèrro ou de latão para mostrar o curso dos ventos; por fora em distância ou com a largura de vinte palmos corre um alpendre, como claustro cercado de colunas de pedra lisas; e entre coluna e coluna, distância cousa de OUÍros vinte palmos, vão grades de ferro, não só para ornato e encosto dos devotos que ali concorrem Diz dela o Santuário Mariano (VII, liv. 111, tít. XII, p. 345), de 171]: mas também para encosto ou reparo seguro da mesma ermida. A porta desta lhe fica para o Ocidente. Tem muitos ornatos e tudo o que é necessário para o culto divino, e tudo está com muita perfeição e asseio, em que se vê o zelo e a devoção do fundador.


    A imagem da Senhora da Guia está colocada no altar„ que é um só. E esta santíssima imagem perfeitissimamente obrada, de escultura de madeira primorosamente estofada, e também o Menino Deus que leva pela mão, o qual terá pouco mais de dez palmos e a Senhora tem três e meio; ambas as imagens têm coroas de prata e à Senhora lhe põem por ornato um rico manto. E esta santíssima imagem de grande veneração e buscada de muita gente, que com grande devoção concorre em romaria a pedir à Senhora os guie pelo caminho seguro da salvação. Obra muitos milagres e maravilhas, e assim o estão publicando os muitos sinais e memórias que lhe Ofereceram os seus devotos para perpétua lembrança, os quais se vêem pender das paredes daquele santuário.
    Quanto à origem e princípios deste santuário, o que consta com certeza por uma escritura é que, pelos anos de 1626, mandaram fazer Lourenço Godinho e sua mulher Isabel Freire Pimenta em aquela freguesia de Alvega, aonde tinham uma quinta, aquela ermida, em distrito seu, pela muita devoção que tinham com a Rainha dos Anjos, e nela colocaram uma imagem sua que também mandaram fazer com a invocaçâo de Nossa Senhora da Guia, para cabeça de um Morgado que instituíram das fazendas que tinham por aquelas partes; do qual morgado é hoje administradora Dona Leonor Coutinho do Avelar, viúva do desembargador Francisco Soares Galhardo e neta do sobredito instituidor. Teve esta ermida muitos anos capelão, mas já hoje lhe falta, e assim os criados da administradora são os que tratam da limpeza e asseio daquele santuário da Senhora. As casas daquela quinta e morgado ficam distantes da ermida da Senhora cousa de um tiro de espingarda.»
    A planta do edifício é circular, com cobertura cupulada, forma bastante rara na arquitectura portuguesa, mas simples e de pequenas dimensões, aproximando-se do tipo de arquitectura popular. O portal, rectangular, é encimado por um brasão da família construtora e ladeado simetricamente por dois pequenos cruzeiros incrustados na parte superior, havendo ainda no exterior um pequeno púlpito, este nitidamente mais tardio (Veja-se a referência que lhe faz a História da Árte em Portugal, ed. Alfa, 1986, VIII, pp. 22-23). A imagem da Senhora é ainda hoje de grande veneração popular, com festa e romaria na segunda-feira de Páscoa, que inclui procissão, lanche de farnéis partilhados e bailes de roda...
    E, sobre Alfanzira, pouco mais se alcança. As Memórias Paroquiais de 1758 omitem o topónimo e quase nada esclarecem sobre o Rio, limitando-se o cura, José de Figueiredo Roseiro, a aduzir o número total dos casais ou sítios da freguesia e a informar vulgaridades: «Mouriscas] não hé lugar, nem Aldeya, mas tudo são cazaes espalhados por quarenta e sinco sitios difrentes, huns em montes, outros em lugares (...)»; «(...) que esta freguezia confina com o Rio Tejo (...)»; e «que pello espaço em que esta freguezia confina com o Tejo não entrão nelle Outros rios»3.

3. O projecto e a acção de Antonelli
O que era então o "Passo" ou Canal filipino de Alfanzira? Em que desenrolaram os trabalhos?
Estava-se em 1581, a I de Abril (que então ainda não era dia de mentiras, serviço. Nessa data, dos seus paços de Tomar, fez o fundador da chamada publicar o primeiro despacho incumbindo Antonelli de reconhecer todo o de Abrantes, até à velha Alcântara, para a navegabilidade do mesmo, ou  optimizá-la. De imediato o dedicado e competente engenheiro napolitano Apoiado na experiência de três excelentes barqueiros abrantinos, partiu dita povoação fronteiriça; e, de tal modo se desempenhou da missão, que mês e meio depois já estava de regresso a Tomar, com um exaustivo relatório - Relacion de la navegacíon de Tajo desde Abrantes hasta Alcántara— que parece ter deixado o rei muito agradado.


    Havia de facto alguns problemas sérios a resolver em tão longo percurso; de todos era precisamente aquele «passo» (ou passagem) ao largo de Alfanzira, devido ao acidentado do local, o tal cachão ou "rápido" que a corrente ali fazia (e ainda faz). E era este de tal complexidade que, conforme ao que opinava o abalizado técnico, «es el más temeroso de 10s que hay de aqui [Abrantes] à Alcántara». Mas Antonelli conseguiria dar-lhe interessante solução, projectando e fazendo construir num primeiro plano um grande açude a abrir marginalmente para um canal .com 800 pés de comprimento e 30 de largura), o qual num segundo plano conduzia as embarcações a salvo do cachão, contornando-o. As operações de desobstrução e construção naquele «passo» começaram pouco depois e duraram mais de um ano, empregando muita mão-de-obra especializada, muitos meios materiais e consumindo vultosas somas de dinheiro: mais de mil ducados, ou seja,   quase metade do orçamento inicialmente previsto para todo o troço do rio (24 léguas).
    De todo o andamento das obras ia o engenheiro, regularmente, dando conta ao seu amo (Vide documentação em anexo). Por vezes deixava escapar alguns lamentos: os caminhos de sirga, em Portugal, ficavam mais caros do que o previsto — um terço mais que em Castela... Porquê? — Os cabouqueiros portugueses trabalhavam pouco... «por Iaflogedad natural de esta gente, que es irremediable»; e se não trouxera equipas de Castela, que já tinham terminado as suas partes, teriam ficado as obras portuguesas por fazer... Pelo que pedia compreensão e dilação ao soberano, e mais dinheiro. Filipe II, senhor de uma capacidade de trabalho invulgar, não mandava ler, lia ele próprio todos os relatórios, na íntegra; e a prova é que ia deixando frequentemente alguns sublinhados observações à margem, que eram verdadeiros despachos para os seus secretários (Vejam-se os Docs. 4, 7 e 8).
    No caso específico das obras de Alfanzira, sabemos que foi particularmente dificil a tarefa dos pedreiros em romper aqueles rochedos, os quais — segundo o engenheiro afirmava e nós podemos ainda constatar no terreno — eram «en peña viva, tan dura, que si no es confuego, no hay como romper ni sacarla»; e pedreiros/cabouqueiros eram então oficiais raros por estas bandas. Por outro lado, eram necessárias ferramentas adequadas, que era preciso encomendar aos ferreiros da região. Interessante é que ele previa também o despontar nas redondezas de algumas estruturas de apoio à navegação, tais como «vendas» e armazéns para comodidade dos navegantes, instalação de algumas azenhas, e até ermidas onde se pudessem rezar. E, apesar das dificuldades, no final operoso técnico era um homem feliz e instigava mesmo o soberano a prosseguir a navegação de outros rios peninsulares, pois o que fizera era «Ia más notable y singular obra que haya hecho jamás Principe en el mundo»...
    Infelizmente, Juan BaptistaAntonelli viria a sucumbir pouco tempo depois, em Toledo, a 15 de Março de 1588. E, com o seu desaparecimento, sofreram os projectos de incremento da navegação do Tejo um rude golpe. Mas não terminaram logo. Terminariam sim, depois de 1640, com o fim "União Ibérica" e a "Restauração". É certo que em 1829, sob o governo miguelista, ainda houve um vislumbre de se voltar ao assunto: nesse ano, realizou-se uma viagem Aranjuez-Lisboa-Aranjuez, nos barcos Antonelli e Tajo, tendo a equipa de peritos liderada pelo Arq.0 Augustin Marco Artu ainda reconhecido o canal de Alfanzira, da autoria de Antonelli, já meio arruinado, bem como seis azenhas instaladas na sua área. Depois disso, nunca mais se ouviu falar de tal coisa. E até o velhinho e simpático topónimo de conotação mourisca —Alfanzira — morreu4.

4. O conjunto na actualidade
    Acede-se facilmente ao Canal, tanto por via férrea (a nova Estação CF de Mouriscas, de ligação à Central do Pego fica-lhe muito próxima), como por via rodoviária: o conjunto poderá observar-se razoavelmente bem a partir da nova ponte sobre o Tejo (entre Concavada e Mouriscas).
    Em termos muito sintéticos direi apenas que o conjunto patrimonial se compõe do Canal propriamente dito (o qual também podia servir de Cais de acostagem), em pedra xistosa argamassada com seu Açude   de protecção a montante (já bastante derrubado), e de alguns moinhos (também em adiantada ruína), que aproveitavam a corrente do rio. Um deles só há poucas dezenas de anos foi desactivado (meados da década de sessenta); e, apesar da incúria ou desinteresse humano e de todo o mais desgaste por acção dos agentes naturais, ainda mantém quase intactas algumas estruturas, incluindo as mós.
    No tocante à obra filipina fundamental (o Canal de Antonelli), poderá dizer-se também que, apesar do assoreamento e derrube nalgumas partes, se encontra globalmente bastante bem conservada, o que a vai tornando numa verdadeira raridade arquitectónica— desconheço qualquer outra no género. Mas, seria bom que ali se efectuasse uma operação de salvaguarda e protecção, já que a tendência será para a sua erosão e lenta mas progressiva destruição...


    Não avancei então —nem agora o faço —mais elementos descritivos e caracterizadores, porque não pretendi nem pretendo substituir-me aos competentes técnicos da Câmara Municipal de Abrantes, do IPPAR, ou outros... Disponibilizei-me, entretanto, para os acompanhar e para tudo mais que for necessário, na certeza de que o trabalho que se vier a desenvolver será seguramente proveitoso, mormente pelo seu potencial turístico e cultural, que em muito poderá valorizar o património arqueológico, monumental e ambiental da sub-região de Abrantes.
    E que, passados mais de quatro séculos sobre a construção do imóvel, que é de consideráveis dimensões, ele lá está ainda — e continuará por certo — a desafiar o tempo e a mostrar a presentes e vindouros aquilo que foi um "passo" do grande projecto de navegabilidade do Tejo, um dia sonhado pelo grande monarca ibérico — Filipe II, o Prudente.

5. Referências documentais

DOC. n.º 1
Santarém, 6 de Julho de 1411
Sumário de uma carta de mercê de D. João I a Diogo Fernandes de Almeida, em que se inclui a renda de um quarto dos "bocais" de Alfanzira
(TT, Chanc. de D. João 1, liv. 3, fl. 129 v.)

 «Doaçam de hum Canal em Abrantes. Carta per que o dito senhor fez doaçam, enquanto sua mercêe fose, a Diego Fernandes, filho de Fernãd'Alvarez, ayo que foe dos Iffantes, do canal grande e do serviço real dos judeos d'Abrantes e de seu termo, e da dizima do pescado da Villa d' Abrantes e de Punhete e do moordomado dos  dictos lugares, e do canal da estacada que he junto com Punhete, e dos direitos dos tabaliãaes dos dictos lugares e seus termos, e da metade da renda da barca de Punhete e do quarto dos bocaaes d' Alfanzura (sic). Em  Santarém, vi dias de Julho de mil quatrocentos quarenta e nove anos (era de César 1411 da era de Cristo).

DOC. n.º 2
Lisboa, 16 de Junho de 1581
Extracto de um Relatório de Antonelli a el-rei, sobre a navegação do Tejo desde Abrantes a Alcântara Doc. 6 da Memoria que tiene por objeto manifestar Ia posibilidad y facilidad de hacer navegable el rio Taft) desde Aranjuez hasta el Atlántico, de Don Francisco Xavier de Cabanes, Madrid, 1829)

«Que S. M. mande enviar cuatro mil ducados á Abrantes y otros cuatro á Alcántara. (...)
(...) En el paso de Alfanzira se cortarán árboles y se sacará pizarra, y se Ilegará al pie de Ia obra donde el Rio no se Ia Ileve para adobar ese paso cuando vaya el Antonelli. En Ia Foz de Eiras en Ia colada ó chorrera se han de quitar unas piedras en Ia Canal del Rio y carrera de 1as barcas, En el salto de Canas, mas arriba de Belver, se han de quebrar 1as peñas que estan debajo del agua, y quebrarse otras que hacen como punta que mostró el Antonelli á Sebastián Coxo, Vicente Machado y Pedro Díaz Machado [barqueiros de Abrantes], que Ilevó consigo en Ia barca. (...) En el paso de Alfanzira á Ia parte del Sur romper unas puntas de peñas y facilitar Ia carrera de las barcas (...).
En el entretanto que fueren entendiendo en esto y aparejando Io susodicho, Ilegará el Antonelli para dar orden a lo que se hubiere de hacer, para el cual tiempo tendrá sabido donde haber 10s oficiales y peones que fueren menester. Fecha en Lisboa, á diez y seis de Junio de mil quinientos ochenta y uno.
@ Juan Bautista Antonelli.

DOC. n.º 3
Abrantes, 30 de Julho de 1581
Outra carta-relatório deAntonelli a el-rei sobre o mesmo assunto (= Doc. n.0 13 da referida Memória)

 Vine acá, en donde mi ausencia y Ia del Juez de Fora ha hecho falta, porque hallé Ia obra muy atrás y el tiempo muy  adelante; que en solo Alfancira y Cañero de Abrantes se había puesto mano y en dos vados, habiendo dejado ordenado que se pusiese mano en todos 10s que se han de aderezar de aquí á Xeber, que son mas de treinta.
Ha habido y hay falta de sacadores de piedra y otros oficiales y peones: se han despachado personas por comarca que 10s traigan: aguárdolos; que un día se me hace un año, porque hago cuenta que casi comienzo ahora la obra y no tengo mas de un mes, y no sé si tanto; porque el rio creció en Alcántara media vara y acá mas, y ayer repuntó otra vez. Ando juntando ocho ó nueve barcas con gente, con las cuales se han de limpiar las corrientes del rio, y hacer la carrera de las barcas por ellas. Partiré mañana con las que pudiere juntar, para dejarlas en sus puestos de aquí á Xeber, y pasaré hasta Alcántara á ver lo que se ha hecho: que aunque la obra de aquel partido es de mas dificultad que la de acá, quitado lo de Alfanzira, el Gobernador de alli es diligente, y hala tomado por cosa propia, y pone diligencia; y se le parece en la obra, porque en todas nueve azudes se trabajaba. De el Juez de Fora de aquí no me puedo prometer hasta ahora tanto. Volvermehé luego, que este verano en el rio tengo de pasar; que desde que partí de Lisboa los mas de los días y noches he residido en él al sol y sereno: porque aunque la obra es mucho dificultosa y derramada, y de los mas juzgada por imposible y el tiempo brevísimo, pretendo con el favor de Dios, y con la diligencia que pudiere poner, abrir la navegación para el Septiembre de aquí á Alcántara, si las aguas son ordinarias como suelen ser otros años, para que V. M. reciba este servicio y sus vasallos este bien. Los caminos y lo demás se irá haciendo después acabado lo del agua; y nuestro señor.

DOC. n.º 4
Do Tejo, em Alfanzira (Abrantes), 2 de Agosto de 1581
Carta de Antonelli a el-rei dando conta do andamento dos trabalhos naquele local (= Doc. n.0 15 da Memória, excertos)

A la Sacra Católica Real Magestad del Rey nuestro Señor. En Alfanzira me alcanzó el correo con las de V. M. de veinte y siete  y veinte y nueve del pasado, que por ser en respuesta de otras mías, y de Abrantes haber escrito á V. M., no seré ahora tan largo. [Nota marginal da letra do rei: Esta no ha venido]
Este paso de Alfancira es el mas temeroso de los que hay de aquí á Alcántara y de mas costa, que él solo taxé en mil ducados; porque se ha de atajar el Rio con una azud por donde baja por unos riscos, y volverle por una canal á otra parte que se hace en peña viva, tan dura, que si no es con fuego, no hay [como] romper ni sacarla. Hácese con mucho trabajo, y mas por la falta de cabuqueros ó sacadores de piedra, que he pedido y pido, y no los traen; que las justicias   de los pueblos responden á los deprecatorios del Juez de Fora que no los hay, y en el entretanto se pasa el tiempo que es tan brevísimo [Nota marginal de Filipe II: «Avísesele, que de lo que se pudiese de estas cosas se provea de Castilla»].
Envióse el Merino   de Abrantes con la misma comisión á Thomar, Torres Novas, Santaren y otros lugares que trajese cincuenta cabuqueros: ha traído ocho ó nueve. (...) [Nota de S. M.: Y estas cosas dad por memoria á Don Cristóbal, para que se provea como convenga].
He puesto otras cuatro barcas con gente en limpiar cuatro pasos; aguardo las otras para irlas repartiendo, que con trabajo   se sacan de sus casas. Son tantos los pasos y tan derramados, y la provisión de aquí no tan caliente como la de Alcántara, que me pone más cuidado de lo que me ponía si la hubiese habido tan buena, como era menester: que el Juez de la villa, antes que llegase el de Fora, andubo tibio. Con todo no faltando la provisión necesaria, procuraré con toda la diligencia posible que se abra la navegación, si las aguas no son extraordinarias como el año pasado; aunque quedase algo por hacer; el verano que viene en lo del agua: y que se navegue de aquí allá para cumplir con lo que V. M. desea y manda, y ser principio de la navegación general de España: obra digna de la sola grandeza de V. M., que pasará todas las grandezas de tantos Príncipes que en España y fuera de ella ha habido.
(...) yo no pararé con un barco desde Abrantes á Alcántara, para donde partiré mañana ó esotro día, dejando la orden de lo que aquí se hubiera de hacer, que es el paso que mas cuidado me pone, y en donde hay mas que hacer: y no ha hecho tanto como pudiera y le dejé ordenado el que lo tiene á cargo. (...) Del paso de Alfanzira, en Tajo, dos leguas más arriba de Abrantes (...)

DOC. n.º 5
Abrantes, 15 de Agosto de 1581
Outra carta-relatório de Antonelli a el-rei sobre o mesmo assunto (=Doc. n.° 16, excertos)

A la Sacra Catolica Real Magestad del Rey nuestro Selior. La de V. M. fecha seis de este he recibido con la comision para lo de Portugal, como la que tengo para Castilla, y la Carta de V. M. para el Juez de Fora de Abrantes, que anda Tejo arriba pagando los que trabajan, con el Pagador y Escribano del Cabildo, porque los que estan nueve y diez leguas no pueden venir a Abrantes a tomar la paga. (...)
En to de Portugal se trabaja ya casi en todas las panes; y lo deAlfanzira, que es el paso y obra de mas calidad, va adelante; asi la Canal que se hace en pefia viva con fuego, en donde solia haber medio estado y un estado de agua, que se ha vaciado y tapado el Rio, como una pared larga de la Canal y el azud, para atajar el Tajo y echarlo a la Canal. (...)
Al mismo Don Juan de Almeida se ha tornado una acefia en Alfanzira,por donde se hace ahora la Canalen pera para las barcas que, de quince a diez y ocho aca, tiene poco provecho, y ahora la tiene arrendada por seis arios en treinta alqueires de pan, que son siete hanegas y media cada alio, la cual renta, si V. M. es servido, se le podra consinar en las dos acefias que se han de hacer en la misma Alfanzira con la corte del azud que se hace para la navegacion, que moleran, entre dia y noche, cien hanegas, y podran moler el trigo que, por cuenta de V. M., se trajere de Castilla por Tejo, de la cual consifiacion quedard contento.

DOC. n.º 6
Alfanzira (Abrantes), 2 de Setembro de 1581
Outra carta-relatório de Antonelli a el-rei ainda sobre os mesmos assuntos (= Doc. n.° 18, excertos)

A la Sacra Católica Real Magestad del Rey nuestro Serior. Despues que escribi a V. M. he ido y vuelto Alcantara. Las obras de ese partido van adelante, y las Canales de las azudes con sus puertas, quedaran casi todas acabadas hoy. (...)
En este partido de Portugal tambien se ha trabajado razonablemente; y hoy, placiendo a Dios, echare el agua por laCanal, que se ha hecho en la pefia en Alfanzira, por donde han de pasar los barcos, y abs diez quedara acabado el azud que se ha hecho, para echar el Tajo a la Canal, para lo cual me he detenido aqui toda esta semana. De la cualidad de esta obra escribire otra vez a V. M., que es obra Real, y que, en Rio como este, por ventura no se hallard haberse hecho otra tal. La semana que viene podran barcos navegar por ella, y del peor paso de esta navegacion quedard el mejor.
Otros pasos se iran acabando en esta misma semana; para los quince de este, placiendo a Dios, quedara abierta la navegaciOn hasta Alcantara, que ha sido de todos tenido por imposible. Quedara manca la navegacion, si no se hacen luego los caminos para la xirga de bestias, porque con la fuerza de la corriente del Rio crecido y con viento contrario, barco-grande cargado navegard con mucho trabajo, sin la xirga, en la cual con bestia podran llevar gran carga y consiguientemente tomar menos flete, como de esto escribo mas largo al Secretario Delgado.
Considerada la aspereza de las orillas del Tajo, tienen por otro imposible el hacerse caminos, y cuando se hagan, que costaran de treinta mil ducados y en dos arms. El tiempo es a prop6sito para hacerlo; y antes que se rompa el hilo de los que trabajan, y primero que yo me parta para Toledo y Aranjuez, pareceme que V. M. debe de ser servido no dejar esto imperfecto, y mandar luego, para los ocho ó diez de este, enviar tres mil ducados; los mil y ochocientos áAlcántara, y los mil doscientos aAbrantes, con orden que los metan en las areas de las tres Haves, y los distribuyan en la obra como yo les dijere: con los cuales, y en un mes O poco mas, me parece se podran acabar, que sera obra de tanta grandeza casi como abrir la navegacion. Acabados, hare llevar un barco de quince á veinte moyos, cargado para arriba hasta Alcántara, con bestia á la xirga, para enseñarles como lo han de hacer; y si faltare algún dinero, como se teme, el Gobernador de Alcántara se podrá remediar con estos, porque no quede alguna obra del agua imperfecta, y reciba daño con la creciente.
Después de mañana, placiendo á Dios, partiré para Alcántara á dar priesa á que se acabe todo á un tiempo. Suplico á V. M. sea servido mandar luego el dinero, para que de camino venga dando orden á la xirga, que es el un brazo de esta navegación y de tanto provecho.
De Alfanzira, á dos de Septiembre de mil quinientos ochenta y uno. @ Juan Bautista Antonelli.

DOC. n.º 7
Abrantes, 19 de Outubro de 1581
Carta de Antonelli a el-rei, em que começa por dizer que viajou de Lisboa a Abrantes em 24 horas, prestando depois informações diversas sobre a navegação do Tejo (= Doc. n.0 22, excertos)

A la Sacra Católica Real Magestad del Rey nuestro Señor. Partí de Lisboa día de S. Miguel, y llegué á esta villa en veinte y cuatro horas con buen viento y rio crecido. (...) Hallé á Tejo muy crecido; y después unas cuantas veces ha menguado y crecido.
Heme informado como han probado las obra que se han hecho para abrir la navegación, y hallo que de sesenta panes en donde las ha habido, solo en Alfanzira dos pedazos de pared de piedra seca, de treinta pasos, se desmoronaron con la caída del agua: quitáronse las piedras, y queda la navegación de aquel paso buena; y si el Oficial me le hechára la madera para cadenas que le mandé, no se cayera. Una legua mas arriba en otra carrera nueva de la Foz de Eiras, tapado el Tejo por dos partes y sacado por esta carrera, acertó haber cascajo, que se lo llevó la fuerza del agua, y descarnó una peña, en la cual daba el agua y hacia mala carrera: la crecida del Rio lo ha remediado por ahora, y se navega muy bien por ella.
Acá se pasman de poco. Como vieron caídas esas cuatro piedras, luego pensaron que no había mas carrera: yo quedo satisfecho de ella por lo bien que ha probado, y por lo mucho que ha acabado en los bajíos en donde se ha apretado el Rio que no había dos palmos, y ahora hay mas de doce en hondo. Este Verano se ha procurado abrir la navegación, como V. M. lo mandó, y se ha hecho: en el que viene se acabarán algunas cosas que quedan por acabar.
Ánotação autógrafa de D. Filipe II: «Tardado ha esto en el camino, y él debe estar malo: y así se debe haber hecho poco ó nada. Puédesele responder que avise siempre del término en que anda la obra, y que le dé priesa, lo que su salud diere lugar, y procure de tenerla».

DOC. n.º 8
Alfanzira (Abrantes), 27 de Outubro de 1582
Carta-relatório de Antonelli a el-rei dando-lhe parte da conclusão de quase todas as suas obras de navegação e sugerindo-lhe o desenvolvimento de outras. Inclui a resposta do soberano. (= Doc. n.º 64)

A la Sacra Católica Real Magestad del Rey nuestro señor. Vine de Alcántara y por no estar acabado lo de Alfanzira, escribí luego á V. M. solicitando el fin de esto. Todas las obras del agua de este rio desde Abrantes á Alcántara que se han hecho para la navegación están acabadas, gracias á Dios, y salen buenas: que por ellas pueden subir y bajar barcos sin descargar de invierno y de verano: y se puede por esta carrera navegar de todo tiempo á la vela con viento ó sin él, y contra él al remo, á las varas y á la xirga, e cada día se irá mejorando como las mas Cosas. háse trabajado en las partes que V. M. verá siendo servido, en la relación que va con esta, en  ambos veranos á la cual me refiero.
Ha costado la obra del agua, que es la sustancia del negocio y lo mas dificultoso y trabajoso, á poco mas de seiscientos ducados por cada legua de estas veinte y cuatro y malas que se han aderezado; que algo mas  costaron las ocho leguas que se hicieron navegables desde Amberes á Bruselas, lo cual es ensayo y convidar á V. M., pues Nuestro Señor lo ha dejado para sus felicísimos días, que mande proseguir la demás navegación de    los rios de España, siendo la mas notable y singular obra que haya hecho jamás Príncipe en el mundo. Y para que  el verano siguiente se haga un esfuerzo de abrir la navegación hasta Toledo, que el Octubre que viene pueda V. M., siendo menester, mandar embarcar compañias en la Vega de Toledo y venir á Lisboa en seis días: y espero se  ha de hacer mejor y mas barato: y otro verano acabar lo que de esto quedare y principiar lo de Toledo á Madrid; que aunque para mi es un trabajo incomportable, tomarlo-he por regalo, entendiendo que doy gusto y sirvo á V.  M. en obra de tanta singularidad: y al fin de este año será necesario llegar á Lisboa, para tratarlo con VI M., porque se hade comenzar á principio de Abril. (...)
Anotações autógrafas do monarca: Que he holgado de entender esto todo, y de ver la relación, y que avise de  qué tamaño serán los barcos que llegarán á Alcántara, y si ha llegado ya alguno, y cuantos. — Que se acabe muy bien todo lo de hasta Alcántara y de manera que vengan barcos grandes, y lo de la sirga: y que según visto fuere,  veremos lo que convendrá para el verano que viene. — [Acerca dos caminhos de Castela:] Está bien esto así. — [Acerca dos caminhos de Portugal:] Provéanse estos dos mil ducados luego, diciéndole que con ellos haga   que se acabe todo, y se dé mucha priesa en ello: y avise cuando lo esté.

Notas
* Professor, mestre e doutor em Letras (História) pela Universidade de Lisboa.
1 ABRANTES —A vila e seu termo no tempo dos Fi(ipes (1580-1640), Ediçöes Colibri, 2000.
2 Cf. J. Candeias Silva, Alvaro Batista e Filomena Gaspar, Carta Arqueológica do Concelho de Abrantes, CMA, no prelo. Na Carta as estaçöes vào assinaladas pelas seguintes designaçòes e respectivas coordenadas (Gauss): Vale Covo (Estaçäo 9/04, N-057.785), Monte Morgado [ a 111 (Estações 6/02 a 6/04, N-056.774, N-066.775 e N-062.773), e sr. a da Guia 1 (6/06, N-058.778) e [I (6/07, 061.777). Mais se observa que a estação Sr. a da Guia I se reporta a uma Conheira, de época indeterminada, resultante de exploração mineira a céu aberto.
3 TT, Dicionário Geográfico de Portugal, vol. 25, fis. 1815-1818, Trata-se, na verdade, de um conjunto de respostas bastante modesto, só justificável pelo muito trabalho a que a grande dispersão das almas obrigava o seu cura. José de Figueiredo Roseiro serviu a paróquia desde meados de 1754, na sucessäo de Bernardo Mendes Sanhudo, e manter-se-ia nela até Junho de 1760, para mais pormenores sobre este tema, ef., para além dos trabalhos citados, Ignacio Gonzalez Tascón, Los ingenios y las máquinas, Ingenieria y obras públicas en la época de Felipe II, 1998. 

 

Artigo publicado na revista Zahara nº6 - novembro 2005