Abrantina ímpar, cidadã universal (ou do mundo)

Nasceu em Abrantes a 18 de janeiro de 1930. Em 1937 a família mudou-se para Lisboa, onde morreu a 10 de julho de 2004.

Foi a primeira mulher portuguesa a ser chefe de Governo (julho de 1979 a janeiro de 1980) e candidata a Presidente da República.

Licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Era uma das três mulheres entre os 250 alunos do curso.

Entre 1952 e 1956 presidiu à Juventude Universitária Católica Feminina. Foi copresidente, com Adérito Sedas Nunes, do I Congresso Nacional da Juventude Universitária Católica. A projeção que adquiriu levou-a, por aclamação, a presidente internacional da Pax Romana – Movimento Internacional de Estudantes Católicos (1956 e 1958). Em 1957 presidiu ao I Seminário de Estudantes Africanos, no Gana, e à Assembleia-Geral do movimento, em El Salvador. Em 1958 presidiu ao Congresso Mundial de Estudantes e Intelectuais Católicos, em Viena de Áustria.

Iniciou a carreira profissional em 1953, como investigadora na Junta Nacional de Energia Nuclear. Trabalhou depois na Companhia União Fabril (CUF), onde foi a primeira mulher dos seus quadros superiores, chefe de serviço do Departamento de Investigação e Desenvolvimento e diretora do Departamento de Estudos e Projetos.

A dimensão de crente e a sua intervenção cívica são indesligáveis, sendo a procura da justiça a sua ambição política.

Fundou o movimento Graal em Portugal. Por designação do papa Paulo VI, representou a Igreja Católica num grupo de ligação ecuménica com o Conselho Mundial das Igrejas.

Antes do 25 de abril foi: procuradora à Câmara Corporativa, votando vencida pareceres relativos a questões como liberdade de imprensa, modelo de desenvolvimento económico e alterações à Constituição; consultora do Ministério das Corporações e Previdência Social; presidente do Grupo de Trabalho para a Participação da Mulher na Vida Económica e Social; delegada à Assembleia Geral da ONU, onde fez intervenções sobre direito dos povos à autodeterminação, juventude, condição feminina, situação social no mundo e liberdade religiosa; presidente da Comissão para a Política Social Relativa à Mulher, que depois se passou a chamar Comissão da Condição Feminina.

Depois do 25 de Abril de 1974, além dos cargos políticos já citados, foi Secretária de Estado da Segurança Social e Ministra dos Assuntos Sociais. O programa de ação desse ministério foi classificado programa-modelo pelo Secretariado do Desenvolvimento Social para a Europa, da ONU. Foi consultora do Presidente da República, António Ramalho Eanes. Entre 1987 e 1989 foi deputada no Parlamento Europeu. Foi embaixadora de Portugal na UNESCO.

Com um estilo carismático, foi dinamizadora de importantes movimentos sociais e cívicos, resultantes da sua preocupação com o aprofundamento da democracia, tornando-se uma verdadeira cidadã do mundo. Foi fundadora ou membro de inúmeras instituições: Conselho de Imprensa; Rede de Mulheres Plataforma Inter-Grupos; Movimento para o Aprofundamento da Democracia (MAD); Plataforma Europeia para o Ambiente; Conselho de Interação de Ex-Chefes de Governo, criado por Kurt Waldheim, Leopold Senghor e Helmut Schmit, sendo sua vice-presidente; Conselho da Ciência e da Tecnologia ao Serviço do Desenvolvimento, eleita pela Assembleia Geral da ONU; Grupo de Peritos da OCDE sobre A Mudança Estrutural e o Emprego das Mulheres, a convite do Secretário-Geral da OCDE; conselheira especial do Reitor da Universidade das Nações Unidas; Instituto para o Desenvolvimento e a Ação Cultural (IDAC), Rio de Janeiro; Institute for Democratic Electoral Assistance, em Estocolmo; Council of Women World Leaders, Cambridge; World Order Model´s Project; Fundação Europa - América Latina; Clube de Roma, Paris; comité consultivo do Synergos Institute, Nova Iorque; membro da Pax Christi; Movimento Internacional de Mulheres Cristãs; Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, eleita pela Assembleia da República.

Foi membro dos seguintes conselhos executivos ou diretivos: UNESCO; World Policy Institute da New School of Social Research; Universidade das Nações, por designação do Secretário-Geral da ONU, Director-Geral da UNESCO e Santa Sé.

Foi presidente de: Grupo de Peritos do Conselho da Europa sobre Igualdade e Democracia; Comissão Mundial Independente sobre a População e a Qualidade de Vida, a convite conjunto dos Governos da Holanda, Suécia, Noruega, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Japão e da ONU, do Banco Mundial e de várias Fundações Americanas; Conselho Diretivo do WIDER/UNU (Instituto Mundial de Investigação sobre Desenvolvimento Económico da Universidade das Nações Unidas); Comité dos Sábios, a convite do Presidente da Comissão Europeia; Sisterhood is Global Institute, em Nova Iorque; Fundação Cuidar O Futuro.

Lecionou na Universidade Internacional de Lisboa um Curso sobre Problemas de Desenvolvimento Global e na Universidade Aberta, no Mestrado em Relações Interculturais, a disciplina Nacionalidade, Cidadania e Identidade Cultural.

Foi agraciada com os seguintes títulos honoríficos: The 1986 Living Legacy Award, atribuído pelo Women’s International Center, de San Diego (Califórnia); doutoramento “honoris causa” pela Universidade Católica de Lovaina; Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, sendo a primeira mulher agraciada nessa Ordem com esse grau; Grã-Cruz da Ordem do Infante; Medalha Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.

A sua obra publicada é variada, incluindo livros e um vasto número de artigos em periódicos. As principais temáticas são a participação das mulheres no desenvolvimento e qualidade de vida, na cultura e na política, a renovação da teoria e prática políticas, a espiritualidade e o compromisso cristãos. Procura criar alternativas aos modelos existentes, propõe um diálogo interdisciplinar e caracteriza-se pela independência da sua reflexão política. Aproveitando os seus dotes excecionais de comunicadora, a divulgação do seu pensamento foi em grande parte feita através de longas entrevistas e debates, editados por publicações nacionais e estrangeiras, e da participação em muitos simpósios, encontros e colóquios.

Bibliografia:

PINTASILGO, Maria de Lourdes - As dimensões da mudança. Porto: Afrontamento, 1985

PINTASILGO, Maria de Lourdes - Imaginar a igreja. Lisboa: Multinova, [s.d.]

PINTASILGO, Maria de Lourdes - As minhas respostas: em diálogo com Eduardo Prado Coelho, Jaime Nogueira Pinto e João Carlos Espada. Lisboa: Dom Quixote, 1985

PINTASILGO, Maria de Lourdes - Os novos feminismos: interrogação para os cristãos?. Lisboa: Moraes, 1981

PINTASILGO, Maria de Lourdes - Reflexão sobre alguns conceitos políticos. Lisboa: Graal-Terraço, imp. 2005

PINTASILGO, Maria de Lourdes - Sulcos do nosso querer comum. Porto: Afrontamento, 1980

ATELIER SCIENTIFIQUE LE MONDE Á L'HORIZON 2000, PARIS, 1987 - Le monde a l'horizon 2000. Maria de Lourdes Pintasilgo. Paris: Unesco,1987

MOITA, Luís; SALGUEIRO, João; PINTASILGO, Maria de Lourdes - Nova Iorque-Lisboa : 37 dias depois.... Lisboa : Graal - Terraço, imp. 2001

Capa do livro - As minhas respostas: em diálogo com Eduardo Prado Coelho, Jaime Nogueira Pinto e João Carlos Espada  Capa do livro - Sulcos do nosso querer comum

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos

HENRIQUE DE MIRANDA VASCONCELOS MARTINS DE CARVALHO

PROFESSOR, DIPLOMATA E MINISTRO DE SALAZAR

Nasceu em Abrantes a 10 de janeiro de 1919 e morreu em 1994.

Licenciou-se em Direito e Ciências Político-Económicas. De perfil político-ideológico católico monárquico, foi professor universitário e diplomata, iniciando a carreira profissional em 1963 como professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina. No Ministério dos Negócios Estrangeiros foi chefe dos Serviços de Cifra, dos Serviços do Pacto do Atlântico e dos Serviços dos Negócios Políticos Ultramarinos.

Da sua vasta carreira diplomática, destaca-se a de membro da comissão encarregada de defender os interesses de Portugal no diferendo com a União Indiana, no Tribunal Internacional de Haia (1957).

Foi membro da Comissão Orientadora do Centro Português de Estudos Europeus e do Conselho Diretivo do Centro de Estudos Políticos e Sociais da Junta de Investigação do Ultramar.

De 1958 a 1962 foi Ministro da Saúde e Assistência. Foi Procurador à Câmara Corporativa por nomeação do Conselho Corporativo. Desempenhou carreira parlamentar em diversas legislaturas.

Bibliografia:

CARVALHO, Henrique Martins de - A Casa de Bragança e a formação da Unidade Multicontinental do País. Lisboa: Fundação da Casa de Bragança, 1960

CARVALHO, Henrique Martins de - Política externa portuguesa. Lisboa: Junta de Investigação do Ultramar, 1964

CARVALHO, Henrique Martins de - Portugal e o pacto do Atlântico. Lisboa: [s.n.], 1953

CARVALHO, Henrique Martins de - Problemas sócio-culturais contemporâneos da família em Portugal [Texto policopiado]. Linda-A-Velha: Maria do Carmo Carvalho, 1997

CARVALHO, Henrique Martins de - Os ventos da história: estudos de política internacional. Amadora: Bertrand, [s.d.]. 2 vols.

  

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos

Biografia:

Nasceu em 1912 e faleceu em 1984. Foi diretor do jornal Diário da Manhã. Teve residência no Tramagal, onde vinha com alguma frequência.

Bibliografia:

OLIVEIRA, Barradas de - Alexandre Herculano: retrato político. Lisboa: Templo, 1978

OLIVEIRA, Barradas de - A pedra que foi rejeitada. Lisboa: ALEF, 1972

OLIVEIRA, Barradas de - O Ministro do Ultramar nas Províncias do Oriente : algumas notas sobre a viagem. Lisboa: Sociedade Astória, 1953

OLIVEIRA, Barradas de - Quando os cravos murcham. Meio milhão de mortos .Lisboa: Fernando Pereira, [D.L. 1982]

OLIVEIRA, Barradas de - Roteiro do Oriente: na viagem do Ministro do Ultramar, Comandante Sarmento Rodrigues, às províncias portuguesas da Índia, Timor e Macau, no ano de 1952. Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1953

OLIVEIRA, Barradas de - A vergonhosa descolonização. Lisboa: Edições Fernando Pereira, 1984

OLIVEIRA, Barradas de - Viriato. Lisboa: [s.n.], 1964

 

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos

Nasceu em São Miguel do Rio Torto, em 1942. Licenciado em Finanças pelo ISEG (Universidade Técnica de Lisboa) e pós-graduado pela Harvard Business School.

Foi ministro das finanças do XII Governo Constitucional entre 1994 e 1995.

É professor catedrático convidado na área de Estratégia Empresarial do M.B.A. do ISEG. Tem feito carreira essencialmente no domínio da gestão e administração de empresas, nomeadamente na CUF (antes de 25 de Abril de 1974), onde foi administrador financeiro, e no grupo belga SAPEC, na qualidade de administrador-delegado.

Atualmente é presidente do grupo SAPEC, administrador da Nutrinveste, administrador do Banco Finantia e presidente do Comité de Investimentos do PVCI (Portugal Venture Capital Initiative), um fundo de capital de risco promovido pelo Banco Europeu de Investimento. É membro do conselho geral e de supervisão da EDP, desde 30 de Junho de 2006, tendo sido reeleito em 15 de Abril de 2009.

Bibliografia:

CATROGA, Eduardo - Política económica: 22 meses no Ministério das Finanças. [Lisboa]: Ministério das Finanças, 1995

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos

Nasceu em Abrantes, a 10 de outubro de 1889 e faleceu em 1965. Licenciou-se em Direito pela Universidade de Coimbra. Foi advogado, escritor e ensaísta.

Exerceu funções jurídicas na Companhia do Porto da Beira (1928-1945) e foi Advogado da Companhia de Moçambique durante 17 anos. Foi consultor jurídico da Companhia Marconi e Administrador por parte do Governo da Companhia de Moçambique (1942).

Desempenhou carreira parlamentar na II e III legislaturas, entre 1938 e 1945.

Bibliografia:

LOPES, Artur Ribeiro - A citação postal: minuta de agravo. [S.l.]: [s.n.], 1933

LOPES, Artur Ribeiro - A convenção secreta entre a Alemanha e a Inglaterra sobre a partilha das colónias portuguesas. Lisboa: Imp. da Portugal-Brasil, 1933

LOPES, Artur Ribeiro - Histoire de la république portugaise. Paris: Les Oeuvres Françaises, cop. 1939

LOPES, Artur Ribeiro - A intelligencia na litteratura nacional : ensaio. [Lisboa]: edição do autor [19--?]

LOPES, Artur Ribeiro - A intelligencia na litteratura nacional. Lisboa: A. R. Lopes, 1927

LOPES, Artur Ribeiro - A literatura, expressão nacional. Lisboa: Ottosgráfica, 1927

LOPES, Artur Ribeiro - Le monde sans unité. [S.l.]: [s.n.], 1946

LOPES, Artur Ribeiro - As negociações do accordo commercial com a França e os emprezarios do proteccionismo. Lisboa: [s.n.], 1924

LOPES, Artur Ribeiro - Patologia do patriotismo: reflexões sobre a questão do Porto da Beira. Paris : Livraria Aillaud; Lisboa : Livraria Bertrand [1927?]

LOPES, Artur Ribeiro - Política. [S.l.]: [s.n.], [1936]

LOPES, Artur Ribeiro - Politics : a portuguese statesman. London: Methuen & Co, 1938

LOPES, Artur Ribeiro - Portugal ao serviço da Alemanha. [S.l.]: [s.n.], 1925

LOPES, Artur Ribeiro - Renovação: história de uma atitude. [S.l.]: [s.n.], imp. 1942

 

 

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos