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MUSEU D. LOPO DE ALMEIDA – ABRANTES

Por ISILDA JANA - Professora de História

            Foi criado em 1921, como Museu Regional, no local onde ainda hoje se encontra, a Igreja de Santa Maria do Castelo, em Abrantes.

É um museu da República. Com o regime republicano foi criado um programa patrimonial com um duplo objetivo, por um lado, preservar o património existente, por outro, divulgar esse património junto do grande público, promovendo assim a educação patrimonial. Os museus eram, segundo a ideologia republicana, um complemento fundamental do ensino de massas.

Deste modo vemos surgir, durante a República, grandes museus nacionais como o Museu da Arte Antiga, o Museu Machado de Castro e vários museus regionais.

É neste contexto que surge, em Abrantes, o Museu Regional D. Lopo de Almeida. Tinha, como o próprio nome indicava, uma influência regional e albergava, por isso, objetos não só de Abrantes, mas também dos concelhos vizinhos.

Hoje o Museu D. Lopo de Almeida é um Museu Municipal. Do seu acervo fazem parte coleções diversas de onde se destaca:

  • - o núcleo de arte sacra, com belos exemplares de estatuária do renascimento ao barroco;
  • - o núcleo de arqueologia, constituído a partir de achados arqueológicos provenientes de escavações feitas no concelho e algum material de prospeção;
  • - o núcleo de paramentaria e objetos de culto provenientes das igrejas, capelas e conventos outrora existentes em Abrantes.

O edifício onde se localiza o museu, a Igreja de Santa Maria, situada no recinto muralhado do castelo de Abrantes é monumento nacional e se, exteriormente, o monumento revela um traçado simples de configuração gótica, no seu interior as artes decorativas revelam uma considerável sumptuosidade, de que destacamos a riqueza dos seus túmulos parietais, que se inserem no gótico flamejante e no maneirismo, e o notável acervo azulejar que reveste as paredes da capela mor. O conjunto foi classificado por Santos Simões como o mais significativo núcleo de azulejaria hispano-mourisca existente em Portugal, tanto pela quantidade como pela variedade. Encontram-se aqui dezasseis variedades distintas de azulejos.

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Este edifício, apesar de bonito, é hoje completamente desadequado para as exigências de um museu. A reserva museológica encontra-se dispersa por diversos locais, o espaço destinado aos serviços educativos é precário e sem condições, não existe uma loja do museu e o espaço de acolhimento é muito reduzido.

Em 2004 foram feitas obras no castelo e no museu e o espaço ganhou uma dignidade que não tinha até então. Nessa altura foi feita uma nova musealização do espaço com uma exposição permanente de arte sacra.

Em 2009 com o projeto do Museu Ibérico de Arqueologia e Arte de Abrantes (MIAA) o Museu D. Lopo de Almeida foi o lugar escolhido para fazer as exposições de Antevisão do MIAA e a exposição permanente deu lugar a duas exposições temporárias por ano.

Neste momento e até final de outubro está patente a Antevisão III do MIAA, com uma exposição feita com um especial enfoque nos bronzes da Coleção Estrada e na Coleção de Arqueologia da Câmara Municipal de Abrantes.

No futuro, com a concretização do MIAA, as coleções municipais transitarão para o novo espaço e a Igreja de Santa Maria do Castelo ficará reservada a Panteão dos Almeidas, local de memória dos antigos condes de Abrantes.

MUSEU D. LOPO DE ALMEIDA

Ano de criação: 1921

Tutela: Câmara Municipal de Abrantes Localização: Castelo de Abrantes

Horário:

10h às 18h (verão) 10h às 17.30h (inverno)

Visitas guiadas:

Para grupos, sob marcação prévia

Pessoal:

1 responsável (arqueóloga) e 1 funcionário

IN: JANA, Isilda – Museu D. Lopo de Almeida - Abrantes. Zahara. Abrantes: Centro de Estudos de História Local. ISSN 1645-6149. Ano 9. Nº 17 (2011), p. 93-94