Alfredo Cristiano Keil, filho de Hans-Christian Keil e de Maria Josefina Stellflug, ambos de origem alemã, radicados em Portugal.

Recebeu a educação básica na Alemanha, berço do romantismo e foi talvez uma das razões pelas quais o artista seguiu as novas tendências artísticas, já estabelecidas na Europa.

 

Estudou desenho e música em Nuremberga, numa academia dirigida pelo pintor Wilhelm von Kaulbach e August von Kreling. Em 1870, devido à guerra Franco-Prussiana, regressou a Portugal.

Em 1890, o ultimato inglês a Portugal ofereceu a Alfredo Keil a inspiração para a composição do canto patriótico "A Portuguesa" em 1891, hoje Hino Nacional de Portugal, com letra do poeta e dramaturgo Henrique Lopes de Mendonça, aprovada em 1911, após a proclamação da República no ano anterior. Ironicamente, ele tinha morrido exatamente três anos antes do primeiro dia da Revolução.

Keil era um pintor de paisagens, mas também de interiores requintados, como o quadro Leitura de uma Carta, trazido a público em 1874 e recebido com entusiasmo, tanto pela aristocracia ainda dominante, como pelos burgueses endinheirados, a quem a arte singela do romantismo sensibilizava mais fortemente.

Em 1890, realizou uma exposição individual em Lisboa, bastante concorrida, na qual expôs cerca de trezentos quadros. Foi a consagração em Portugal, após o reconhecimento que lhe fora dado já noutros países.

Em 1878, inscreveu-se na Exposição Internacional de Paris. Em 1879 expôs no Salão Nacional de Belas Artes no Brasil onde conquistou medalha de ouro. Em 1886 participou da Exposição de Madrid, recebendo a Condecoração da Ordem de Carlos III de Espanha.

 

Entre os livros que publicou, destaca-se Tojos e Rosmaninhos (poesias, 1908), obra tríplice inspirada nas lendas e tradições de Ferreira do Zêzere, concelho no qual, a partir da famosa Estalagem dos Vales, Keil, José Campas, José Ferreira Chaves, Teixeira Lopes, Taborda (ator), António Saúde, Simões de Almeida, o próprio Rei D. Carlos I e muitos outros artistas do final do século XIX frequentavam.

Numa dessas visitas foi junto da Associação Recreativa Filarmónica Frazoeirense escutar a sua marcha com a sonoridade dos instrumentos de sopro.

Como compositor, ganhou destaque a sua ópera D. Branca (1888), Irene (1893) e Serrana (1899), então considerada a melhor ópera portuguesa.

O artista morreu em Hamburgo (Alemanha) em 4 de outubro de 1907

Baseado em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Alfredo_Keil

 

Na Biblioteca Municipal Dr. António Baião de Ferreira do Zêzere existem 82 painéis de desenhos de Alfredo Keil realizados em vários locais do concelho de Ferreira do Zêzere entre 1896 e 1903. Aqui registou a carvão, as paisagens, as gentes, as festas e romarias, o povo e o trabalho agrícola, o Zêzere, os monumentos e as casas de habitação.