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Bombeiros Municipais de Abrantes... mais de um século de existência...

Luís Pombo

“Illm°. Snr. Tendo havido na noite de 15 do corrente hum grande incêndio nas casas de Jeronimo José de Paiva, e occorrendo dificuldades em de attalhar pela falta d’ágoa, braços e outros accidentes, que a não ser os esfórcos da Tropa da Guarnição ficaria reduzido a cinzas tudo quanto possuia o mencionado proprietário, faz-se necessário dar as providencias para remediar, e attalhar no futuro consequências de tanta monta, e que pode ser de maior perigo em huma Praça d'armas, e authorizado pelo Regulamento de Infantaria de 1763, Capitulo 22, folhas 210, artigos 13, e 14, mandei destribuir á Guarniçao a ordem de Praça, que remetto por copia, esperando que V.Ease sirva propô la em Camara, e accordarem aquellas medidas, que julgem necessárias, requerendo-lhe se faça constar aos habitantes da Villa, que ficão sujeitos a huma multa todos os chefes de famílias que não comparecerem nosfógos, por si, ou mandarem seus serventes com agoa; igualmente todos os carpinteiros, e Pedreiros devem ser avisados para apparecerem com as ferramentas próprias dos seus ofícios. O que tudo me cumpre requisitar a V.a bem certo do zelo com que se emprega no Real Serviço, e no bem dos Póvos da sua Jurisdição. Deus guarde V. Ea Quartel General d'Abrantes 17 de Dezembro de 1830=António d'Azevedo Coutinho, Brigadeiro Governador”.1

E este o documento mais antigo que referencia o início da organização de um serviço de extinção de incêndios em Abrantes. Dele consta ainda um breve regulamento das ações e providências a tomar, em caso de fogo, pelas guarnições militares existentes, assim como também da obrigatoriedade da população de Abrantes em acudir aos fogos quando estes ocorressem.

Neste ano de 1830, já existia algum equipamento específico para a extinção de incêndios, como por exemplo uma bomba, que se encontrava a cargo dos militares aquartelados na vila, bomba que estaria depositada na Casa da Bomba2.

Em 31 de Julho de 1850 houve um grande incêndio nos olivais do Cabeço do Caneiro, ardendo um olival do Morgado Almada, outro do Capitão-Mor, o Dr. Manuel Joaquim Pimenta, e parte de outro pertencente a Joaquim dos Santos de Jesus3.

Nesta data, o serviço de extinção de incêndios ainda se encontrava organizado pelas guarnições militares, articulando-se esta unidade com os serviços da Câmara.

Em 11 de Setembro do ano de 1858, o Governador da Praça, o General Barão da Batalha, ofereceu à Câmara uma bomba para acudir aos incêndios4. 0 Jornal de Abrantes n.º 3127, de 18 de Dezembro de 1960, noticiando o aniversário do Centenário da Corporação de Bombeiros de Abrantes, que se comemorou no dia 16 desse mês, dava conta que no ano de 1860, a Câmara Municipal, sob proposta do vereador José Alves Rodrigues Machado Pimenta, autorizou o mesmo a constituir um corpo de bombeiros, deliberando contratar homens, que deviam estar sempre de prevenção e já na altura fixava a gratificação de 240 réis a todos os que comparecessem na Casa da Bomba dentro de cinco minutos, após o sinal de alarme, e de cada vez que saíssem5.

No ano de 1864 o serviço de incêndios contou com mais duas novas bombas para acudir aos fogos, adquiridas pela Câmara Municipal.

Já no ano de 1868, as companhias de seguros Bonança e Fidelidade ofereceram cada uma cinquenta mil réis para ajuda da compra de uma bomba, para melhor e mais rapidamente extinguir os incêndios, sempre com o intuito de dádiva, contribuindo desta forma para a duplicidade de recursos (bombas maiores), visto que muitos prédios urbanos situados nesta cidade eram seguros por estas companhias e decerto com duas ou três bombas, os prejuízos seriam menores6.

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No ano de 1886, a Câmara Municipal aprova em sessão de 8 de janeiro e por proposta do vereador José Pimenta de Avelar Patarroxa, a criação e organização de um serviço de extinção de incêndios, que surge, portanto, 56 anos após as primeiras medidas de implementação de uma estrutura de combate aos incêndios em Abrantes. Esta Companhia de Bombeiros, composta inicialmente por quarenta e quatro abrantinos, conforme deliberação de Câmara de 31 de março de 18867, ficou sob o comando do vereador José Pimenta de Avelar Patarroxa8.

Um ano depois (1887) foi tirada a primeira fotografia9 da Companhia de Bombeiros devidamente uniformizada, que se mostrava também muito disciplinada, organizada e treinada, segundo notícias da época.

Entretanto, em 1899, devido à acentuada situação de desorganização e deficiente atuação dos bombeiros, a Câmara Municipal deliberou, sob proposta do vereador do pelouro de incêndios, Tiago Hipólito Solano de Abreu, proceder à reorganização da corporação de bombeiros da vila.

Apresentando-se desorganizada, sem formação, indisciplinada e por vezes sem pessoal, coube ao referido vereador Solano de Abreu, propor alternativas e soluções, com vista à criação de uma moderna Corporação de Bombeiros, devidamente regulamentada, que inspirasse maior confiança junto das populações, submetendo as propostas para apresentação e apreciação do elenco camarário.

Em consequência desta reestruturação é proposto um estudo para a redação de um novo regulamento (2º) para a corporação dos bombeiros de Abrantes, que viria a ser editado e publicado definitivamente em 1905. Neste contexto foram tomadas algumas medidas, acompanhadas de diversas iniciativas e ações, como a aquisição de diversos materiais de extinção de incêndios (cavalete para enxugar mangueiras, carrinho para transporte de mangueiras, agulhetas...) e principalmente a possível mudança de instalações, dado que o local onde as mesmas se encontravam eram de difícil maneio, acesso e não permitiam um acondicionamento adequado e organizado dos materiais.

A título de curiosidade, refira-se que no estudo para a mudança de instalações, esteve em “cima da mesa” a hipótese de o material de extinção de incêndios ser transferido para a igreja do extinto Convento de Nossa Senhora da Graça'10.

A vereação da altura não se poupou a esforços, no seu conjunto, de forma a melhorar e a criar as condições para uma eficaz intervenção dos bombeiros; é exemplo disso o esforço do deputado e par do reino Avelar Machado em conseguir junto da direção da Companhia de Seguros Fidelidade um donativo para material de incêndios no valor de 100$000 réis; atente-se ainda ao facto da Câmara deliberar, em Agosto de 1899, que qualquer proprietário que pretendesse canalização de água para o seu prédio, fosse obrigado a colocar uma boca de incêndio desde que não exista outra a uma distância inferior a 10 metros11. A partir de 1900 encontra-se em pleno funcionamento a corporação de bombeiros de Abrantes e como prova de satisfação do esforço e dedicação na reorganização dos bombeiros, são atribuídos louvores ao vereador Abreu, assim como a todos os bombeiros que estavam sob o seu comando. Exemplo da melhoria e bem estar, é a vontade de quinze operários abrantinos se candidatarem a bombeiros voluntários, para trabalharem em caso de sinistro e cuidarem de todo o material que a Câmara dispunha sob as ordens do vereador Abreu, fazendo instruções no pátio do extinto convento de Nossa Senhora da Esperança12, conforme tinha sido autorizado pela Direção Geral de Engenharia. Nesta data inicia-se igualmente o processo da aquisição de uma escada “CROCHET”.

E de salientar que, igualmente por esta altura, além do Corpo de Bombeiros de Abrantes, existiam os bombeiros privativos da Fábrica Afonso XIII (Rossio ao Sul do Tejo), mais tarde conhecidos também por Bombeiros Privativos da Companhia de Moagem de Abrantes13.

Mas com tantos acontecimentos que orgulhavam os abrantinos, por proposta do vereador e comandante, Manuel Dias Pinheiro, a Câmara deliberou que o Passeio chamado da Feira14 se denominasse a partir daquela data Parque dos Bombeiros Municipais. Ainda nesta data teve início a construção de “um esqueleto” em madeira para os exercícios dos bombeiros.

No ano de 1907, a corporação teve o seu primeiro estandarte, adquirido através de subscrição pública por António Augusto Salgueiro e foi igualmente nesta data que se iniciaram esforços para a aquisição de uma ambulância ou parte dela.

Mas quando tudo corria sobre rodas, em 1909, o desentendimento “bate à porta da corporação” e como resultado o comandante Manuel Pinheiro pede a demissão à Câmara, juntando-se-lhe dezoito bombeiros, ficando apenas vinte bombeiros e quatro auxiliares, estes sob o comando do senhor José Maria Fernandes, que ocupava o posto de 2o comandante. Esta situação não alterou a organização e operacionalidade da corporação, existindo mesmo uma proposta do senhor António Maria Corneia para organizar uma nova corporação de bombeiros voluntários, com algum material já existente, ao que a Câmara agradeceu retorquindo que a corporação dos bombeiros de Abrantes estava devidamente organizada, tendo-lhe sido até atribuído um louvor camarário em 12 de outubro de 1909.

Pouco tempo depois, e pela sua idade já avançada, o comandante interino, José Maria Fernandes, pede a demissão, ficando no comando, por proposta da Câmara, o senhor Joaquim Esteves. Nesta data o antigo comandante, Manuel Pinheiro, propõe à Câmara a organização de uma nova corporação de bombeiros voluntários, o que foi indeferido.

A formação em 1911 era muito importante e como exemplo é a vontade expressa da Câmara em aceitar pagar a um bombeiro de Lisboa para vir dar instrução aos bombeiros de Abrantes, ficando todos estes encargos por parte da Câmara. Esta foi uma proposta do vereador Joaquim Maria Almeida Beja, que mais tarde viria a comandar a corporação de bombeiros.

Em 1912, os bombeiros recebem um novo carro de material de incêndios, ficando ainda nesta altura uma proposta para que os militares do Regimento de Artilharia n.° 8 colaborassem com os bombeiros em caso de sinistro, fornecendo piquetes constituídos por vinte praças, um sargento e parelhas de animais necessárias para a condução do material de incêndios, o que foi devidamente autorizado pelo Comando da 7a Divisão.

Ainda nos primeiros anos da República, a Câmara resolve solicitar regulamentos de bombeiros a várias câmaras para estudar uma nova regulamentação e proceder à reorganização da corporação, visto mostrar-se algo indisciplinada. As dificuldades económicas eram bastante sentidas na câmara e só foi possível reparar o “esqueleto” em madeira no qual os bombeiros faziam os exercícios através da colaboração das companhias de seguros.

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Em dezembro de 1912, foi entregue à Câmara um carro novo de material de incêndios por oferta do Sr. Joaquim Almeida Beja, passando no ano seguinte a assumir o cargo de vereador do pelouro de incêndios.

E curioso que nesta década a organização dos bombeiros passa pela manutenção dos seus profissionais, responsabilizando e atribuindo competências pelos recursos existentes; vejamos como exemplo o cargo de Chefe de Escadas n.° 1, Chefe de Escadas n.°2, 3 ou 4, o Chefe da Ambulância etc...

No ano de 1929, foi criada a Liga Pró-Bombeiro, que tinha como objetivos angariar fundos para compra de material e viaturas. O maior esforço seria conseguir instalações dignas e adequadas para a corporação de bombeiros, tendo como ponto mais alto a entrega dessas novíssimas instalações (onde ainda hoje se mantém) em 7 de novembro de 1931 ’5. Os anos seguintes foram de prosperidade e em 1935, no Congresso de Bombeiros realizado em Santarém, a Corporação dos Bombeiros Municipais de Abrantes alcançou um brilhante segundo lugar pelas demonstrações realizadas.

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Nos anos que se seguiram, de entre as Comissões Executivas e Comandos de Bombeiros, destacam-se as comissões do Sr. José dos Santos de Jesus (Bioucas), que durante vários anos tudo fez para o engrandecimento e melhoramento dos recursos existentes na corporação, enquanto ao nível do comando dos bombeiros, se destacou a figura de Júlio Grácio Nogueira Espiga, que durante cerca de quarenta e cinco anos se dedicou à causa do bombeiro, tendo sido reconhecido e agraciado pela Liga dos bombeiros Portugueses com o “Crachá de Ouro”.

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No ano de 1951, e encontrando-se no comando dos bombeiros o tenente João Ribeiro Coelho16, iniciou-se uma das fases mais importantes no que respeita à proteção, dando aos seus homens material de proteção individual e renovando também o fardamento.

Em 1975, iniciou-se um processo de estudo e viabilização para a construção do novo quartel de bombeiros na área vizinha do convento de S. Domingos e cemitério municipal, mudando-se para a Encosta da Barata, lançando-se aqui a primeira pedra para simbolizar o ato no ano de 1995.

Definindo-se finalmente o seu local de construção, na área norte do limite urbano de Abrantes, junto às oficinas municipais instaladas no Parque Industrial de Abrantes, o projeto de construção, de autoria do arquiteto Albano Santos, foi apresentado ao público em 16 de dezembro de 2002.

A 16 de Dezembro de 1978, a Corporação dos Bombeiros Municipais de Abrantes teve um dos seus pontos mais relevantes e significativos: a imposição do Crachá de Ouro da Liga dos Bombeiros Portugueses pelos seus 100 anos já cumpridos enquanto organização humanitária.

Em 5 de Junho de 1980, inaugurou-se a prestimosa Associação Humanitária de Dadores Benévolos de Sangue do Pessoal dos Bombeiros Municipais de Abrantes, sob a direção e organização do elemento da corporação Mário Pereira da Silva Rodrigues.

Em 1982, encontrando-se na Presidência da Câmara o Sr. José dos Santos de Jesus, e estando os bombeiros sob o Comando do Sr. João Camarinhas dos Reis, esteve em discussão a instalação da Escola Nacional de Fogo (atual Escola Nacional de Bombeiros) em Abrantes, que partilhava num processo de concorrência de local com a cidade de Aveiro. Esta escola instalou-se definitivamente em Ranholas - Sintra.

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Em 1984, de forma a dar a conhecer as atividades, serviços e conselhos úteis à população, publicou-se durante um ano, o boletim mensal Vida por Vida e com a evolução das novas tecnologias da informação e comunicação, em 16 de dezembro de 2000, a corporação colocou ao dispor do público em geral, o site oficial dos Bombeiros de Abrantes, encontrando-se remodelado desde setembro de 2003.

Em 12 de Março de 1990 a fanfarra dos bombeiros teve a sua primeira atuação, conseguindo atualmente uma posição merecida de reconhecimento e de brilhantismo, sendo constantemente solicitada para eventos de bombeiros espalhados pelo País.

No ano de 1991, iniciou-se o processo de criação de bombeiros profissionais (em curso), tendo como exemplo a aprovação nos quadros da Câmara Municipal de 25 elementos.

Nesta última década, os bombeiros Municipais de Abrantes têm-se visto num processo de mudança, quer ao nível de equipamentos e pessoal quer ao nível da formação. É exemplo disso o largo investimento nas viaturas (auto escada, veículos de comando e ligação, veículos de combate a incêndios urbanos e florestais, veículo de salvamento e desencarceramento, veículos tanque, ambulâncias medicalizadas, embarcações, entre outros) e o investimento no pessoal com a formação necessária e imprescindível (formadores de socorro básico, de condução todo-o-terreno, de desencarceramento, de equipas de salvamento de grande ângulo, emergência pré-hospitalar, nadadores-salvadores, manobradores de embarcações, incêndios florestais etc.).

Registe-se ainda que no ano de 2003 (3 a 16 de agosto), o concelho de Abrantes foi fustigado e assolado pelos mais devastadores incêndios florestais ocorridos de que há memória, destruindo cerca de 36.000 ha de floresta e área agrícola.

Certo que muito falta para atingir o desejável, o que nunca será possível, mas tem a Corporação de Bombeiros sempre presente que todo o esforço é pouco para dar, ter a capacidade de resposta e a qualidade desejável a todos os serviços prestados pelos seus cerca de 80 voluntários que compõem os BOMBEIROS MUNICIPAIS DE ABRANTES.

Algumas datas importantes para os BOMBEIROS MUNICIPAIS DE ABRANTES

1829 (5 março) - Primeiro documento oficial sobre a organização do serviço de incêndios em Abrantes.

1858 (17 setembro) - Oferta de uma bomba para acudir aos incêndios efectuada pelo Governador da Praça, General Barão da Batalha.

1886 (8 janeiro) - Proposta para a criação e organização do serviço de extinção de incêndios de Abrantes.

1905 - Aprovado o Regulamento dos Bombeiros Municipais Voluntários de Abrantes.

1911 (6 março) - Ocorre um violento incêndio no Animatógrafo de André Ribas instalado na Praça da República. A intervenção dos bombeiros mostrou-se desastrosa.

1915 - É denominado Parque dos Bombeiros o espaço onde atualmente se situa a Santa Casa da Misericórdia de Abrantes / Lar D. Leonor Viegas (Praça da República / Convento de S. Domingos) 1929 - Criada a Liga Pró-Bombeiro, dos Bombeiros Municipais de Abrantes.

1931 (7 novembro) - Inauguração das atuais instalações dos Bombeiros Municipais de Abrantes no Largo de Santa Ana.

1949 - Aquisição e entrada ao serviço da primeira ambulância dos Bombeiros Municipais de Abrantes.

1976 (30 maio) - Inauguração do Heliporto (Castelo de Abrantes) dos Bombeiros Municipais de Abrantes.

1978 (16 dezembro) - Imposição do Crachá de Ouro à Corporação dos Bombeiros Municipais de Abrantes, pela Liga dos Bombeiros Portugueses.

1981 - Abrantes é assolada por uma vaga de violentos incêndios, tendo sido solicitado ao Governo, zona de calamidade.

1983 (1 janeiro) - É publicado o primeiro número do Boletim Vida por Vida.

1990 (12 março) - Primeira atuação da fanfarra dos Bombeiros Municipais de Abrantes.

1990 (8 dezembro) -1 Grande Prémio de Atletismo Inter-Bombeiros.

1999 - Entrada ao serviço da Ia ambulância medicalizada (Suporte Avançado de Vida)

2000 (16 dezembro) - Divulgação do Site dos Bombeiros de Abrantes na Internet

2001 (5 outubro) - Entrega da Ia Autoescada para o concelho de Abrantes

2001 (16 dezembro) - Apresentação pública do projeto final de construção do Quartel dos bombeiros pela empresa Albano Santos, Arquitetura.

2003 (3 agosto) - Abrantes é assolada por violentos incêndios, considerados os maiores de sempre (36.000 hectares ardidos).

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IN: POMBO, Luís – O Serviço de Incêndios de Abrantes - Bombeiros Municipais de Abrantes... mais de um século de existência.... Zahara. Abrantes: Centro de Estudos de História Local. ISSN 1645-6149. Ano 2. Nº 3 (2004), p. 49-56