
Artur Gonçalves
1868-1938
Artur Gonçalves foi o homem que mais investigou Torres Novas. Tantos foram e tão diversificados os materiais recolhidos ao longo de uma vida de trabalho dedicado, que ainda hoje se tem de recorrer a ele, para saber o que fomos e o que tivemos.
Nascido em Soure, a 2 de dezembro de 1868, veio para Torres Novas em 1914 e aqui residiu, até à sua morte, a 11 de agosto de 1938. Nomeado secretário da Câmara a 7 de maio de 1914, exerceu esse cargo até ser aposentado em 27 de setembro de 1934. E entregou-se, de tal modo, ao Município Torrejano que lhe deu duas longas décadas de laborioso trabalho, ao colhido em bibliotecas e arquivos, ou carinhosamente extraído de velhos documentos na posse de famílias fidalgas de Torres Novas.
Homem bom e compreensivo, ainda que vigoroso e temperamental, estava sempre disponível para apoiar iniciativas que exaltassem a Terra ou servissem os homens.
Vemo-lo, assim, já aposentado, a ensaiar Grupos de Dança Popular para festas em favor de instituições de beneficência.
Homem incansável, Artur Gonçalves, também foi jornalista. Em 1915 fundou, em Torres Novas, o Torrejano, que dirigiu desde 26 de dezembro desse ano até 10 de fevereiro de 1918. Tem colaboração dispersa em boletins, diários semanários, mas muito especialmente em O Almonda, que recolheu os primeiros frutos das suas investigações sobre Torres Novas.
Artur Gonçalves é de Soure, já que nasceu em Soure. Mas também é nosso porque em Torres Novas consumiu longos anos da sua vida, numa dedicação tão grande que poucos torrejanos seriam capazes de igualar.
Este homem sério, distinto, culto e de trato encantador, que tem sido frequentemente recordado com admiração e homenageado.
BICHO, Joaquim Rodrigues, Torrejanos de vulto, Torres Novas, Câmara Municipal de Torres Novas, 1999