JOÃO MANUEL BAIRRÃO OLEIRO

UM DOS MAIORES VULTOS DA ARQUEOLOGIA PORTUGUESA DO SÉCULO XX

João Manuel Bairrão Oleiro nasceu a 15 de janeiro de 1923, em Abrantes e morreu a 11 de junho de 2000. Depois de concluída a licenciatura em Ciências Histórico-Filosóficas pela Universidade de Coimbra em 1947, ingressou como Assistente daquela Universidade em 1953. Foi docente e investigador até 1993, chegando a professor catedrático na Faculdade de Ciências Socias e Humanas da Universidade Nova. Distinguiu-se na docência, mas também como mestre de muitos dos arqueólogos portugueses.

Fez escola em Coimbra e em Lisboa, na Arqueologia e na História da Arte da Antiguidade. Criou o Instituto de Arqueologia em 1954. Lançou, em 1959, a revista Conimbriga e fundou o Museu Monográfico de Conímbriga, estação arqueológica romana a que esteve ligado muitos anos. A revista, e principalmente o instituto, sobreviveram durante os primeiros anos graças ao esforço de Bairrão Oleiro, muitas vezes apenas acompanhado de alunos e discípulos dedicados. Só depois de 1963, com a contratação de Jorge Alarcão e Mário de Castro Hipólito, o instituto ganhou impulso devido ao aumento do número de docentes de arqueologia. Nesta altura, Bairrão Oleiro esteve temporariamente afastado da docência por o seu contrato como assistente ter expirado. Contudo, manteve-se sempre ligado ao instituto na qualidade de investigador.

Foi um dos maiores especialistas em história da romanização e da arte romana em Portugal. Teve ação extremamente meritória e ímpar na defesa e preservação do património cultural, artístico e arqueológico, com notáveis projetos de gestão e salvaguarda, principalmente na área da Antiguidade Clássica. Recebeu o Prémio Gulbenkian de Arqueologia 1992/1994 pelo volume I da obra Corpus dos Mosaicos Romanos em Portugal e foi condecorado, em 1989, como Grande Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Em 1997 as Edições Colibri editaram uma coletânea de textos em que vários investigadores consagrados lhe prestam homenagem: “Miscellanea em Homenagem ao Professor Bairrão Oleiro”, organizada por Justino Maciel. João Manuel Bairrão Oleiro, uma das figuras máximas da arqueologia e da cultura portuguesas, morreu aos 77 anos.

Bibliografia:

OLEIRO, J. M. Bairrão - Catálogo de Lucernas Romanas. Coimbra: Tip. Imp. Coimbra, 1952

OLEIRO, J. M. Bairrão - Conimbriga: casa dos Repuxos. Conímbriga: Instituto Português de Museus, 1992. ISBN 972-95775-5-2

OLEIRO, J. M. Bairrão - Corpus dos mosaicos romanos de Portugal. Conímbriga: Museu Monográfico. Lisboa: Instituto Português de Museus, 1992. Vol 1.

OLEIRO, J. M. Bairrão - O criptopórtico de Aeminium. Coimbra: [s.n.], 1956

OLEIRO, J. M. Bairrão, org.; ALARCÃO, Adília M. de, org; ALARCÃO, Jorge de, org. – Conimbriga: roteiro do museu e das ruínas. Conimbriga: Museu Monográfico, 1979

 

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos