Nasceu na Sertã no dia 3 de Novembro de 1918 e faleceu em Lisboa a 18 de Janeiro 1985.

Professor e ensaísta. Entrou, em 1936, para a Companhia de Jesus e, depois de ter seguido a carreira académica própria dos jesuítas, licenciou-se em Filosofia, (…) e mais tarde em Teologia. Foi professor de História da Literatura Grega e de História da Literatura Latina dos estudantes da sua Ordem. A convite do professor Vitorino Nemésio, entrou em 1957 para a Faculdade de Letras de Lisboa para leccionar as cadeiras de História da Cultura Clássica, de Civilização Romana e, posteriormente, de História da Filosofia Antiga. Regeu vários cursos monográficos na área da Filosofia, tendo-lhe sido confiada, a partir de 1978, a regência do curso de Ontologia. Em 1981 foi-lhe conferido, pela Faculdade de Letras de Lisboa, o grau de doutor honoris causa.Colaborador assíduo, desde 1952, da revista Brotéria, foi seu redactor a partir de 1955, tendo-se tornado mais tarde seu director (1965-1983). Nesta revista publicou a grande maioria dos seus artigos, que abrangem uma vasta área de cultura, desde a literatura à filosofia, da sociologia à política. (…) Colaborou igualmente na Revista Portuguesa de Filosofia e na Enciclopédia Luso Brasileira de Cultura, bem como em várias outras enciclopédias. Foi autor de numerosas comunicações em diversos colóquios nacionais e internacionais (…).

A raiz da sua cultura e filosofia é eminentemente portuguesa – amigo de António Sérgio, de Nemésio, de José Régio e de Jorge de Sena, com os quais frequentemente trocava opiniões e impressões – e é não só com os espíritos mais grados do seu tempo, mas também com os clássicos da língua que o seu espírito estabelece um permanente diálogo. Uma sensibilidade apuradíssima ao literário, acrescida da inteligência e da erudição, foram a origem de vasta série de páginas de crítica literária de grande acuidade e sólido julgamento, servidas por uma escrita clara e fluente, na qual a complexidade dos problemas nunca é complicada pela obscuridade do estilo. A postura que transparece através da vida e da obra do Pe. Manuel Antunes é muito menos a de um sábio distanciado e fechado na órbita do seu saber que a de um sage. Como observa o seu amigo, também ele poeta e ensaísta, João Maia: «a obra escrita do Pe. Manuel Antunes é claramente respaldada pelas preocupações do mestre universitário e pelo ímpeto interventor de um homem que se preocupava com a cidade.»

 

in Dicionário Cronológico de Autores Portugueses, Vol. IV, Lisboa, 1997

 

 

 

 

Obras publicadas, disponíveis na Biblioteca Municipal da Sertã:

 

ANTUNES, Manuel, S.J. - Ortega y Gasset : Introdução ao Seu Pensamento. Lisboa : Edições Brotéria, 1955. 15 p.

ANTUNES, Manuel, S.J. - EVHROSYNE : Revista de Filologia Clássica :  Nova Série - Volume I - SEPARATA. . 168 p.

ANTUNES, Manuel, S.J. - Nota sobre o carácter dramático do Fédon. Lisboa : Centro de Estudos Clássicos, 1967. p. 161-168

ANTUNES, Manuel, S.J. - Grandes contemporâneos. Lisboa : Verbo, 1973. 214, [8] p.

ANTUNES, Manuel, S.J. - Ao encontro da palavra : ensaios de crítica literária. Lisboa : Livraria Morais, 1960. vol. I (278 p.)

ANTUNES, Manuel, S.J. - Repensar Portugal. Lisboa : Multinova, [ca 1979]. 102, [2] p.

ANTUNES, Manuel, S.J. - Occasionália : homens e ideias de ontem e de hoje. Lisboa : Multinova, impr. 1980. 534, [1] p.

ANTUNES, Manuel, S.J. - Grandes derivas da história contemporânea : "logos e praxis". Lisboa : Brotéria, 1972. 320 p.

ANTUNES, Manuel, S.J. - Educação e sociedade. Lisboa : Sampedro, 1973. 335, [4] p.

ANTUNES, Manuel, S.J. - Legómena : textos de teoria e crítica literária. Lisboa : Imp. Nac.-Casa da Moeda, impr. 1987. 587, [10] p. 

ANTUNES, Manuel, S.J. - Repensar Portugal. 3ª ed.. Lisboa : Multinova, 2006. 127 p.. ISBN 989-551-036-5