ACADEMIA TUBUCIANA DE ABRANTES (1802)

Por Paulo Falcão Tavares

     Instituição cultural, que promovia a economia e belas letras, fundada em 13 de Maio de 1802 na notável vila de Abrantes em Portugal, com protecção do Príncipe D. João, futuro Rei de Portugal, D. João VI. Surgiu da ideia de dois ilustres médicos do século XVIII, Rodrigo Soares de Bivar e de Inácio Francisco Tamagnini, ainda no século das luzes. Os Estatutos foram aprovados pelo Príncipe Regente D. João em 1802, os quais ainda estão em uso pela mesma Instituição tendo 60 artigos. Esta Arcádia abrantina promoveu o desenvolvimento e cultura da seda, em todo o Portugal onde tinha correspondentes. Milhares de amoreiras foram plantadas por esta Academia e seus sócios, ainda hoje existem algumas destas árvores em zonas como Castelo Branco, Abrantes, Monforte e outras. O maior pomar de amoreiras de Portugal foi criado ainda no século XVIII na Quinta do Tainho em Abrantes, em centenas de hectares. Aliás as conhecidas colchas de Castelo Branco, eram produzidas com seda abrantina, e eram executadas, pelas monjas abrantinas do Mosteiro de Nossa Senhora da Graça e particulares, muito anos antes das ditas de Castelo Branco.

Inácio Francisco Tamagnini

     Esta Instituição que teve o seu primitivo nome de: Sociedade Literária Tubuciana, tendo tido dezenas de sócios no século XIX, três dos quais, foram Primeiro-ministros do Reino de Portugal, para alem de uma panóplia de eruditos, poetas, militares, fidalgos, Juristas, frades, sacerdotes, médicos entre outros.Estes sócios e académicos produziram dezenas de trabalhos e estudos, tendo sido apresentados à comunidade, uns impressos e outros ficaram manuscritos.

     O palco da sua fundação foi o Palácio Bivar de Abrantes, hoje da Família Almada, cujo actual Presidente é digníssimo representante desta ilustre prole, o Senhor Professor Dr. José Albuquerque Carreiras que lecciona no ensino superior.

    Existem hoje, dezenas de académicos (músicos, juristas, artistas, oficiais do exército, Professores Catedráticos, arquitectos, engenheiros, historiadores, entre outros) oriundos do mundo inteiro, conforme tradição antiga desta mesma Arcádia. Temos uma biblioteca aberta ao publico em geral, com o espólio de alguns antigos académicos, com manuscritos e impressos curiosos. Recebemos espólios de outras instituições, que precisem de morada condigna para serem preservados.

     Hoje em dia, esta Academia, reúne-se em plenário público, todos os segundos sábados de cada mês, em Abrantes, pelas 12h. para apresentação de estudos, palestras sobre variados temas e outros. Segue-se um almoço e uma visita cultural pela cidade ou concelho. Lema da Academia: VIRTVS VNITA FORTIVS AGIT.

Estatutos da Sociedade Literaria Tubuciana, 1802 

     Foi publicada em 2019, a Memória histórica da Academia Tubuciana de Abrantes e seus primeiros sócios, Paulo Falcão Tavares, ed. Academia Tubuciana, Tip.oficina do Impressor desta Academia.

     Há no Facebook uma página oficial, que recebe qualquer informação relevante para o estudo e conhecimento desta Academia. Contacto: 965647495 (Portugal)

 

Lista provisória de académicos do início da Instituição:

ANTÓNIO DE PENAFIEL, FREI  (OSF) (17…-18…)

BELCHIOR MANUEL CURVO SEMEDO TORRES DE SEQUEIRA (Montemor 1766-1838 Lisboa). Famoso poeta arcádico e autor das “Fábulas”.

CÂNDIDO JOSÉ XAVIER DIAS DA SILVA (1769-1833), 1º MINISTRO DE PORTUGAL

CAETANO PEDRO DE ALMEIDA PIMENTA (Sertã 17…-18… ) MÉDICO

CIRILO VOLKMAR MACHADO (Lisboa, 1748 — 1823) 1º Historiador de arte portuguesa. Pintor, Arquitecto e escultor português.

DIOGO JOSÉ DE SEQUEIRA (Aguiar da Beira 1782-1813 Abrantes) Médico do partido de Abrantes.

DIOGO SOARES DA SILVA E BIVAR (Abrantes 1785-1865 Rio de Janeiro) 1º Jornalista brasileiro.

D. FÉLIX ANTÓNIO DI CRISTOFORO DE AVALOS (Malta 1776-1818 Paris) Poeta, ensaísta e etnógrafo erudito.

FILIPE FERREIRA DE ARAÚJO E CASTRO (Lisboa 1771-1849 Lisboa) Jurista 1º MINISTRO DE PORTUGAL

D. FERNANDO TELES DE MENESES DA SILVA DE CAMINHA,  (1754-1818 Lisboa) 3º MARQUÊS DE PENALVA e 7º CONDE DE TAROUCA. Tenente-general do Exercito.  

FRANCISCO DUARTE COELHO (1767-1833 Lisboa), Juiz Desembargador

FRANCISCO XAVIER DE ALMEIDA PIMENTA (Sertã 1775-1839 Sardoal), Médico, escritor e erudito académico.

INÁCIO DA COSTA QUINTELA, (Lisboa 1763-1838 Lisboa) 1º MINISTRO DE PORTUGAL. Vice-Almirante da Armada Portuguesa.

INÁCIO FRANCISCO TAMAGNINI (Búrmio 1731-1805 Tomar) Médico italiano fidalgo e poeta arcádico em Portugal.

JACINTO LUÍS DA COSTA, PADRE FREI (OTSF) (Lisboa 1754 -1811 Abrantes) Poeta conceituado e brilhante orador.

JOAQUIM JOSÉ DA COSTA E SÁ (Lisboa 1740- 1803 Lisboa). Professor, escritor e tradutor.

JOÃO CRISÓSTOMO DA SILVA PERES DE MILÃO (Lisboa 1760-183…Lisboa) Funcionário régio.

JOÃO PEREIRA DA SILVA E AZEVEDO (Mação 1746-1817 Abrantes) Médico em Abrantes, Portugal.

JOSÉ DE MACEDO FERREIRA PINTO (17…-18…) Jurista e Desembargador da Relação do Porto.

JOSÉ VERÍSSIMO ALVES DA SILVA (Abrantes 1744-10 Maio 1811 Lisboa) Economista e publicista.

LUÍS ANTÓNIO FERREIRA BAIRRÃO (Tramagal 1769-1834 Abrantes) Doutor Padre.

LUÍS DA CUMIEIRA, FREI (OSF) (17…-18…)

LUÍS DIAS PEREIRA (17…-1819) Juiz Desembargador.

MANUEL FRANCO DE SEQUEIRA (17…-18…Lisboa) Poeta e bibliófilo.

MANUEL JACINTO NOGUEIRA DA GAMA (Minas Gerais 1765-1847 Rio Janeiro), 1º MARQUÊS de BAEPENDI (Brasil). Notável político e diplomata.

MANUEL JOSÉ DA SILVA PAIVA, (Abrantes 1742-182…Abrantes) MONTEIRO-MOR da notável vila de Abrantes.

MANUEL XAVIER DA ROCHA, PADRE (Penhascoso 1720-18… Abrantes)

RAIMUNDO JOSÉ DA SILVA PERES DE MILÃO (Lisboa 1767-183…Lisboa) Engenheiro militar.

RODRIGO SOARES DA SILVA E BIVAR (Abrantes 1726-1809 Lisboa), Médico e grande proprietário.