O Monumento Natural das Pegadas de extremo oriental da Serra de Aire na povoação de Bairro, do Concelho de Ourém, em pleno Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros; contém um importante registo fóssil do período Jurássico, as pegadas de alguns dos maiores seres que alguma vez povoaram o planeta Terra: os dinossáurios saurópodes; na laje calcária onde as pegadas de dinossáurios se conservaram ao longo de 175 milhões de anos, podem ser observados cerca de 20 trilhos ou pistas, uma delas com 147m e outra com 142m de comprimento.
No período Jurássico, durante a separação da grande massa continental – Pangea – que levou à formação dos atuais continentes, numa altura em que o clima da Terra se tornou mais quente, existiam extensos mares pouco profundos e a vida era abundante; era um clima tropical, quente e húmido com densas florestas.
A quantidade de vegetação permitiu a proliferação de dinossáurios herbívoros, como os saurópodes. Nas suas deslocações, estes animais deixaram as suas pegadas nas camadas finas de lama calcária existente nas lagunas marinhas de baixa profundidade. Depois a lama secou e foi soterrada por sedimentos calcários que acabaram por se transformar em rocha. Passados cerca de 175 milhões de anos os trabalhos de exploração da pedra permitiram pôr a descoberto os vários trilhos visíveis na laje.
As impressões que podemos observar neste Monumento Natural, produzidas por saurópodes, datam do período Jurássico Médio, Bajociano-Batoniano; os saurópodes eram animais possantes, herbívoros, quadrúpedes, de cabeça pequena, e cauda e pescoço compridos. A cauda serviria possivelmente para se defender dos predadores; o pescoço, tal como a cauda, ajudariam estes animais a manter o equilíbrio, permitindo-lhes chegar à vegetação mais alta e torná-los mais competitivos em relação a animais de menor porte.
GPS: 39º 34´ 21,66" N 8º 35´ 19,45" W
Fonte: [em linha] http://www.pegadasdedinossaurios.org/html/mon_conmon.htm [consultado em 22 de janeiro de 2018]