Trata-se de um objeto de cariz religioso que tem por função principal a proteção divina para as culturas agrícolas.
No concelho de Ferreira do Zêzere o “Maio” é colocado no centro dos campos já semeados pelos seus proprietários na noite do dia 30 de abril para o dia 1 de maio, sempre antes de nascer o Sol.
O “Maio” é feitio com uma estrutura em madeira e é decorado com as plantas campestres mais coloridas, dando graças pelo Sol e pela Primavera, pedindo também a bênção divina para que as suas culturas sejam férteis.
Dados históricos
A tradição remonta ao tempo dos Celtas, em que as danças e rituais eram concebidos para proteger o gado, as colheitas e as pessoas.
Na noite de 30 de abril acendiam-se fogueiras, dançava-se em volta do fogo pedindo fertilidade para as suas colheitas e boa saúde para os agricultores.
As portas e janelas das casas eram decoradas com flores amarelas de maio (giestas).
Em Ferreira do Zêzere a informação recolhida junto dos Ranchos Folclóricos do concelho confirma a tradição dos “Maios” desde tempos longínquos.
Materiais utilizados
Os materiais utilizados variam de acordo com a tradição familiar.
A base é uma estaca de madeira e o restante “Maio” é feito também em madeira sob a forma de cruz, arco ou cinco saimão.
A decoração é feita com flores do campo da época.
Há ainda quem recorra ao papel para a decoração dos “Maios” com franjas e flores de papel de várias cores.
Fabricante
Agricultores cristãos
Relação do objeto com manifestações de património imaterial
Na colocação do “Maio” há agricultores que dizem algumas orações ou rimas espontâneas.
Por exemplo:
Ó meu lindo Maio
Protege-me esta sementeira
Toma-me conta dela
Até ir para a eira.
Bom dia 1 de maio
Com toda a satisfação
Ó Pai do céu aceite
Esta nossa oração.
Cedido pelo Rancho do Bêco de Santo Aleixo.