A educação da nossa juventude tem merecido o maior interesse e carinho do Governo da Nação e das Autoridades locais. O concelho de Abrantes não podia, pois, deixar de ser bafejado por essa autêntica explosão de cultura que tem encontrado acolhimento e generosidade nos dirigentes da nossa Câmara Municipal.

Assim, podemos afirmar que por todo o concelho, desde a sede aos lugares mais modestos e recônditos, se encontra espalhada uma magnífica rede de edifícios escolares constituída por 41 edifícios do Plano dos Centenários com um total de 84 salas e 38 edifícios de outros tipos com 54 salas em funcionamento.

Asseguram o ensino a todas as crianças em idade escolar, num total de 4735 crianças - 2450 rapazes e 2285 raparigas, 152 agentes de ensino, todos verdadeiramente empenhados em servir dignamente a nobilíssima missão a que se dedicam.

Distribuídas por todas as suas freguesias, o concelho tem as seguintes escolas e postos, que garantem o indispensável ensino às populações:

ALDEIA DO MATO - Freguesia com quatro núcleos escolares: Aldeia do Mato, Cabeça Gorda, Carreira do Mato e Medroa.

Aldeia do Mato tem um posto escolar com a frequência de 23 crianças e uma escola do ciclo complementar com 14 alunos. O núcleo de Cabeça Gorda, um professor que ministra o ensino a 23 crianças. Em Carreira do Mato funciona uma escola mista frequentada por 38 alunos, num moderno edifício do Plano dos Centenários e também um posto da Telescola. O posto escolar de Medroa, frequentado por 23 alunos está igualmente instalado num edifício do Plano.

ALFERRAREDE - Freguesia com os núcleos escolares de Alferrarede, Hortas e Casais de Revelhos, todos servidos por modernos edifícios do Plano, nos dois primeiros de 4 salas e no último de uma sala. A escola de Hortas, servida por seis professores que ministram o ensino a 221 crianças de ambos os sexos, tem ainda em funcionamento uma escola do ciclo complementar com uma frequência de 32 alunos. Alferrarede tem quatro lugares, dois masculinos, um feminino e um misto onde recebem instrução 135 crianças. Em Casais de Revelhos uma escola mista com 42 alunos.

ALVEGA - Freguesia formada por cinco núcleos escolares, todos servidos com bons edifícios do Plano.

Alvega, com uma escola feminina, uma masculina e duas do ciclo complementar, respetivamente com 36,35 e 46 crianças. Monte Galego, com um posto escolar frequentado por 18 alunos. Casa Branca com um lugar masculino e um misto e a frequência de 87 alunos. Concavada, dois lugares de professor que ministram o ensino a 62 crianças, as quais recebem auxílio através da cantina escolar fundada pelo saudoso benemérito, Dr. José Almada e Melo. Tubaral, uma escola ta com 38 alunos.                                                                                                                          

BEMPOSTA - Freguesia que se estende por extensa zona rural composta pelos núcleos de Agua Travessa, Bemposta, Chaminé, Foz, Vale de Açor e Vale de Horta, todos servidos por ótimos edifícios escolares, à exceção do último, no lugar do Brunheirinho, cuja localização e a construção se encontra em estudo. No primeiro funciona uma escola masculina e outra feminina com total de 45 alunos. Na sede da freguesia, três lugares com uma frequência de 83 crianças, ao serviço das quais se encontra uma cantina escolar, cuja fundação se deve à iniciativa e ação do prof. António Marques Heitor, então professor na localidade. Tem ainda em funcionamento um posto da Telescola. Em Chaminé e Foz existem escolas mistas frequentadas por 44 e 42 crianças, respetivamente. No núcleo de Vale de Horta funcionam duas escolas mistas, uma delas no lugar de Brunheirinho, com um total de 95 crianças. Aguarda-se a criação de um segundo lugar no Brunheirinho. Vale de Açor, um posto com18 alunos.

MARTINCHEL - Nos núcleos de Casal da Figueira e Casal do Rei funcionam dois postos com a frequência16 e 29 alunos, respetivamente. Em Martinchel, um lugar masculino e outro feminino, o lº com 26 e o 2º com 33 alunos. Todos são servidos por edifícios do P. dos Centenários.

MOURISCAS - O núcleo mais importante é e sede, com um edifício de sete salas, cuja construção se ficou devendo à iniciativa do saudoso Professor Matias Lopes Raposo e onde trabalham seis professores no ciclo elementar e dois no complementar, os primeiros com 178 crianças e os últimos com 31. Há ainda os núcleos de Engarnais Fundeiros, com escola mista e um posto frequentados 56 alunos, e o de Entre Serras um posto e 18 alunos. 

PEGO - Importante aglomerado populacional com um único núcleo escolar, a sede, servido por dois edifícios escolares, sendo um deles um moderno edifício de 6 salas do P. dos Centenários. Funcionam três lugares masculinos, três femininos e um misto com uma frequência total de 237 crianças. Existe ainda uma escola do ciclo complementar com 16 alunos e um posto da Telescola.

RIO DE MOINHOS - Freguesia com os núcleos de Rio de Moinho, Amoreira e Ribeira da Pucariça. O primeiro, com um lugar masculino, um feminino e um misto frequentados por 116 crianças. O segundo, com um lugar feminino e outro misto com 53 alunos e ainda uma escola do ciclo complementar com 21. Na Ribeira da Pucariça funciona um lugar misto com 38 crianças. Em Amoreira e R. da Pucariça há bons edifícios do P. dos Centenários.

ROSSIO AO SUL DO TEJO - Importante freguesia do atual núcleo de Abrantes, com dois belos edifícios, sendo um deles um moderno edifício de 4 salas do P. C. Estão criados três lugares masculinos, dois femininos e um misto com uma frequência de 214 crianças, beneficiadas pela salutar ação de uma cantina escolar que funciona num magnífico edifício e cuja construção se ficou devendo à iniciativa do Prof. António Marques Heitor, então em exercício no núcleo, e do Presidente da cantina, sr. Francisco Marques Cardoso. Funciona ainda, com os melhores resultados, um posto da Telescola.

S. FACUNDO - Em Barrada e Vale de Zebrinho funcionam duas escolas mistas, respetivamente com 33 e 34 alunos. Em Esteveira um posto com 11 crianças. Em Vale das Mós, três lugares de professor com um total de 90 crianças e ainda um do ciclo complementar com 28. Beneficia ainda este importante núcleo da ação duma cantina escolar, fundada graças ao dinamismo do Prof. Luís Herculano Fernandes. Na sede, um lugar masculino e outro feminino com 34 e 36 alunos, respetivamente, assistidos por uma cantina escolar oferecida por uma benemérita da freguesia.

S. MIGUEL DO RIO TORTO - Importante freguesia com a população escolar distribuída por Arreciadas, Bicas, Carvalhal e sede.

Em Arreciadas funciona um lugar masculino, um feminino e um misto com 57. No Carvalhal, um lugar feminino, um masculino, um misto e um posto com um total de 120 crianças, servidas também por uma excelente cantina escolar cuja fundação se ficou devendo à iniciativa do Rev.° Padre José Martins de Oliveira. Na sede, um lugar masculino e um feminino e outro misto com um total de 98 alunos. Funciona ainda um posto da Telescola.

S. VICENTE - Com lugares mistos em Abrançalha de Cima, de Baixo e em Sentieiras, frequentados, respetivamente por 33, 27 e 37 alunos. Em Abrançalha de Baixo há ainda um posto escolar com 13 crianças. O núcleo de Chainça é servido por três lugares masculinos e dois femininos, e um misto com uma frequência total de 225 crianças. Funciona ainda uma escola do ciclo complementar com 28 alunos e um posto da Telescola.

SOUTO - Extensa freguesia espalhada por dez núcleos escolares. Em Bairrada, Carril, Maxial e S. Domingos, funcionam lugares mistos, respetivamente, com 50, 48, 30 e 33 crianças. Em Bioucas, Matagosa e Ribeira da Brunheta, postos escolares, respetivamente com 8, 14 e 13 crianças. Em Carvalhal, dois lugares masculinos, um feminino e um misto com 142 alunos, e ainda um lugar do ciclo complementar com 37. Em Fontes, um lugar masculino e um misto com 78 crianças e um lugar do ciclo com 35. Na sede estão em funcionamento dois lugares, um masculino e outro feminino, com 68 alunos e um do ciclo com 26.

Existem na freguesia 8 edifícios do plano dos Centenários e mais dois de outros tipos, todos em boas condições de funcionamento.

TRAMAGAL - A cidade industrial, como já lhe costumam chamar, com dois núcleos: Crucifixo e Tramagal. O primeiro, servido por um ótimo edifício do P. dos C. de quatro salas, com três lugares de professor e uma frequência de 74 alunos. Tramagal tem dois magníficos edifícios do Plano, um de duas salas e outro de seis, e ainda mais dois edifícios antigos. Tem ao serviço da educação das suas crianças 11 professores, dez com o ciclo elementar e 357 crianças à sua responsabilidade, e um com o ciclo complementar e 22 alunos.

ENSINO PARTICULAR - Funcionam aulas do ensino primário nos colégios de Mouriscas, Nossa Senhora de Fátima, e no Jardim Escola João de Deus no Tramagal. Alunos inscritos: 41.

BIBLIOTECAS ESCOLARES - Funcionam bibliotecas e coleções educativas em 56 núcleos, colocando ao dispor da quase totalidade das crianças do concelho alguns milhares de livros e revistas.

CAIXAS ESCOLARES - Cada escola ou posto possui uma Caixa Escolar que é mantida pela quotização dos próprios alunos e pelo auxílio do Estado. Os respetivos fundos destinam-se à compra de livros, material escolar, vestuário e calçado para oferecer aos alunos mais necessitados. Durante o ano letivo de 1971-72 o auxílio prestado anda por volta dos 60 contos.

ABRANTES - Na cidade centro exercem a sua missão 11 professos no ciclo elementar, que ministram o ensino a 428 crianças de ambos os sexos, e ainda uma professora que tem ao seu cuidado 27 alunos da 5ª e 6ª classes. Espera-se que este ano seja criado mais um lugar de professor. Dado que as salas existentes são insuficientes, encontra-se em construção um moderno edifício de oito salas, com cantina e ginásio, onde a nossa Edilidade vai gastar cerca de 4 000 contos. Funciona também já em edifício próprio, uma excelente cantina, cuja fundação se deve à iniciativa do sr. Inspetor Adelino de Matos Rosa, então professor e delegado escolar em Abrantes.

LICEU NACIONAL DE ABRANTES - Foi criado este liceu em outubro de 1967 como secção do Liceu Nacional de Santarém, mantendo-se como tal até ao fim do ano letivo 1971-1972. No primeiro ano de funcionamento tinha 111 alunos e 4 professores.

A partir de outubro de 1972, começou a funcionar independentemente sendo Liceu Nacional e possuindo já afeta uma secção em Ponte de Sor.

Atualmente conta com 34 professores para 780 alunos, distribuídos pelo 2º e 3º ciclos.

No que se refere a instalações escolares, em outubro de 1967 tinha só o atual edifício, pertencente à Câmara Municipal; atualmente, o mesmo edifício, um anexo com 5 salas de aula e ainda 9 pavilhões pré-fabricados, sendo o anexo alugado pela Câmara.

As instalações revelam-se decididamente precárias e julga-se que um novo edifício para o Liceu Nacional de Abrantes seja incluído no próximo Plano de Fomento. Pelo índice de crescimento da população escolar, que é de cerca de 200 alunos anuais, pode fazer-se ideia da urgência de nova e ampla construção.

Este liceu foi considerado pelo Secretariado Nacional da Juventude e Desportos, a partir de outubro de 1972, como um dos liceus-piloto para a prática de Teatro Escolar.

Desde a sua criação, em 1967, é o dr. João Martins Gomes Pequito, brilhante e devotado orientador deste estabelecimento de ensino — foi seu vice-reitor — quando era uma secção e é o seu Reitor desde que instituído Liceu Nacional.

ensino

ESCOLA INDUSTRIAL E COMERCIAL DE ABRANTES - Ao cabo de Inúmeras e incansáveis démarches, foi possível a criação da Escola Industrial e Comercial de Abrantes, pelo decreto 39.267 de 7 de julho de 1953.

No início do ano escolar 1953-54, já com a Escola oficialmente criada, era, porém, quase impossível o seu funcionamento, pois além do edifício da Rua Santos e Silva, posto pela Câmara Municipal de Abrantes à disposição do Ministério da Educação Nacional e de todas as boas vontades, nada mais existia.

Teve, contudo, Abrantes a felicidade de ter sido escolhido para diretor da Escola o sr. dr. José Manuel Malheiro do Vale, professor prestigiosíssimo e alma apaixonada pelo ensino, que devotadamente se entregou à titânica tarefa de tudo preparar para que as aulas fossem iniciadas ainda no primeiro período. E devido ao esforço de todos foi possível, dar começo às aulas no dia 5 de novembro de 1953.

No primeiro ano de funcionamento a frequência foi de 237 alunos distribuídos por 9 turmas e com a colaboração didática de 10 professores e 4 mestres.

No segundo ano a frequência foi de 322 alunos, divididos por 15 turmas. Era já notória a insuficiência de instalações o que mais uma vez se verificou o interesse da Edilidade, que sem hesitar investe mais de meio milhar de contos na compra do edifício da Rua de S. Pedro, de forma a que pudessem ser transferidas parte das turmas para aquele prédio.

O quarto ano iniciado em 1956-57, já sob a direção do competente e dedicado novo diretor sr. dr. Américo de Jesus de Almeida Santo, foi assinalado com a presença de 657 alunos, distribuídos por 26 turmas.

Em 5 de Agosto de 1959 foram transferidos todos os serviços para o novo edifício que importou em doze mil e oitocentos contos e ocupa uma área de 14.000 metros quadrados.

No ano letivo de l963-64, já contando 10 anos de existência, a frequência foi de 1250 alunos, divididos por 51 turmas, o que bem demonstra que a capacidade do novo edifício, que é de mil alunos. já fora ultrapassada.

A Escola tem aulas diurnas e noturnas em que se ministram os cursos Geral do Comércio, Formação Feminina, Montador Eletricista, Formação de Serralheiro e Secções Preparatórias para os Institutos Industriais e Comerciais. A frequência atual é de 1230 alunos.

Desde 1954 que a Escola possui uma Cantina que tem merecido todo o carinho dos seus diretores, a qual presta relevantes serviços aos alunos, principalmente aos mais necessitados. É diretor desta prestigiosa Escola, desde 1956, o sr. dr. Américo de Jesus de Almeida Santo e subdiretor o sr. dr. João Manuel Esteves Pereira, que foi admitido em 1961 como professor-diretor dos Cursos Comerciais, os quais merecem geral simpatia e consideração, pela competência, critério e dedicação ao ensino, bem como pelo aprumo e espírito de sacrifício que têm demonstrado na gerência dos seus cargos.

ensino1

ESCOLA PEPARATÓRIA D. MIGUEL DE ALMEIDA - Começou a funcionar no ano letivo de 1969-70 e está instalada nas dependências do antigo Convento de S. Domingos, adaptadas para o efeito. Já foi, no entanto, adjudicada a obra dum novo edifício onde irá funcionar este estabelecimento.

A Escola encontra-se muito bem apetrechada de material didático; possui biblioteca, uma ampla sala de convívio facultada a todos os estudantes de Abrantes e um ginásio. Incluindo salas de aula e outros serviços, tem um total de 24 salas. Funcionam uma cantina onde são servidas em média 250 almoços, um bufete e uma papelaria.

Ministram o ensino 43 professores ao lº e 2º anos do ciclo, bem como aos cursos noturnos. Estão 1144 alunos matriculados, sendo 674 internos e 470 externos.

Várias modalidades desportivas são facultadas aos alunos da Escola — futebol, voleibol, basquetebol, etc.

Quanto a atividades culturais, destacam-se — sessões de cinema, teatro fantoches e a publicação dum boletim trimestral, a Arca de Noé. Mantém ainda este estabelecimento uma Escola de Estágio com o fim de preparar novos professores.

Desde a sua criação, é Diretor da Escola Preparatória D. Miguel de Almeida o escultor sr. Vítor Manuel Maia Godinho Marques, individualidade respeitável e a quem esta Escola muito deve, pelos seus dotes e qualidades de inteligência e formação.

É chefe da Secretaria o 1º oficial sr. Aníbal Lopes dos Reis, a quem agradecemos pela maneira gentil como nos recebeu, mostrando-nos todas as instalações.

COLÉGIO LA SALLE - A ideia de fundar, em Abrantes, um colégio para rapazes, pairou durante anos no espírito dum homem dinâmico e veio a concretizar-se num magnífico projeto de um abrantino de opção, o distinto deputado dr. Manuel Luís Fernandes, que tentou realizá-lo com espírito magnânimo. A morte inesperada privou-o de ver realizado o seu sonho.

Porém, um grupo de abrantinos, cheios de entusiasmo bairrista, fez a sua tão feliz ideia, metendo ombros à realização da empresa. Nesse grupo devemos destacar o sr. José Rosa de Sousa Falcão, que desde o primeiro momento tem desempenhado com dedicação as funções de presidente do Conselho de Administração.  A 10 de Maio de 1959 foi colocada a primeira pedra do Colégio La Salle. Em fins de setembro de 1960 as obras estavam quase concluídas e a um de outubro do mesmo ano, 103 buliçosos e alegres alunos, invadiam os corredores e entravam nas aulas do novo estabelecimento. Começava assim o segundo ano da existência do Colégio, já que no ano anterior teve as suas atividades no edifício do atual Liceu.

O seu rápido desenvolvimento é prova evidente de que veio ao encontro duma necessidade, quer no âmbito regional quer no nacional.

A estatística que a seguir damos prova o que dizemos: ano de 1959-60, 50 alunos; 1960-61, 103 alunos; 1964-65, 441 alunos; 1971-72, 474 alunos; e 1972-73, 463 alunos. A diminuição, pouco significativa, aliás, acontecida em 70-71 - 435 alunos contra 457 do ano anterior. Foi devida à abertura da Escola Preparatória, em Abrantes, compensada no ano seguinte pelo aumento do número de internos.

O conjunto das suas instalações, tanto em número como em qualidade, tornam modelar este estabelecimento e um dos mais completos no seu género. O Colégio divide-se em 6 corpos, sem quebra do seu harmonioso conjunto e facilitando a ordem e distribuição dos serviços: administração, capela, internato! aulas, ginásio e pavilhão de quartos para alunos do Ciclo Complementar. Na parte da administração, está a secretaria, arquivo, gabinete do Diretor, sala do conselho, salas de diretores de ciclos e salas de visitas. À entrada fica a Capela, moderna e funcional, complemento para uma educação cristã. Imediata à Capela está uma vasta sala de canto coral e televisão.

Um longo corredor de 90 metros de comprido liga o pavilhão do internato com as aulas. Estas, divididas por Ciclos, são 28, das quais 23 normais e 5 especiais: desenho, trabalhos manuais, laboratórios de Química, Física e Ciências Naturais.

O edifício do internato consta de 5 pisos. No lº estão a biblioteca e sala de leitura dos alunos, uma grande sala de estudo, barbearia, sala de jogos dos primeiros anos, bar e armazéns. No 2º piso ficam os três vastos refeitórios dos alunos, o refeitório dos professores, biblioteca e sala dos professores, enfermaria e as 8 divisões que ocupam os serviços da cozinha. Os 3º 4º e 5º pisos estão ocupados por grandes camaratas e alguns quartos.

O vasto ginásio, ultimamente remodelado, oferece as melhores condições para a sua finalidade. Dispõe o Colégio de 3 amplas salas de jogos para os diversos grupos de alunos. Para a prática de desporto possui: uma magnífica piscina, dois campos de futebol, três de basquetebol, um campo de hóquei em patins, um de atletismo e outro de ténis. Este serve também para andebol.

O pavilhão de quartos, moderníssimo consta de 40 habitações, sendo 8 de três camas. No 1º piso deste pavilhão está o Cineteatro e a sala de convívio dos alunos do ciclo complementar.

No presente ano letivo, o Colégio está constituído por 463 alunos e 20 professores.

ensino2

COLÉGIO DE NOSSA SENHORA DE FÁTIMA - Estabelecimento dos melhores e mais completos do país, inaugurado a 11 de outubro de 1940, deve a sua existência ao infatigável zelo do então pároco de S. Vicente, o falecido cónego Joaquim da Silva Martins. Apelando para a generosidade dos seus paroquianos e conseguindo pouco auxílio, o sacerdote encontrou, na pessoa do também já falecido Dr. Manuel Luís Fernandes a enérgica colaboração que lhe era necessária. Formada uma comissão para a construção do edifício, em julho de 1939, começaram as obras em setembro desse mesmo ano. A 30 de Setembro de 1940, um ano depois, era o edifício entregue aos cuidados das Irmãs de Santa Doroteia.

O magnifico prédio onde se encontra instalado este colégio de meninas, ergue-se num local soberbo que domina a cidade e do qual se avista deslumbrante panorama. Conta doze salas de aulas, um vasto gabinete de física e ciências naturais, laboratório de química, salas de lavores, costura, vários esplêndidos dormitórios e quartos, um grande ginásio que também serve de salão de festas e uma vasta capela.

O refeitório é espaçoso e alegre e a cozinha é impecável.

Nos anexos, uma aula de eliminatória, quartos e outras dependências e, no centro um simpático claustro. O balneário e as instalações sanitárias são modelares.

No Colégio de Nossa Senhora de Fátima são admitidas alunas internas, semi-internas e externas, às quais ministra instrução primária e cursos preparatório e liceal. Recebem em especial, ensino prático de francês, inglês e alemão. Desde as primeiras classes executam trabalhos manuais, costura, bordados, rendas, etc. A educação artística é ministrada em cursos particulares de desenho, pintura e arte aplicada, declamação, música e lições individuais de piano e outros instrumentos. Tem ainda, um curso de economia doméstica, com cozinha própria.

Da importância e da grandeza de tão qualificado estabelecimento de ensino, apenas nos referimos em síntese, pois é difícil descrever em todos os seus pormenores, uma organização tão completa e modelar que incontestavelmente, oferece aos pais, garantias de um ambiente moral para suas filhas. Só assim se explica que de ano para ano o número de educandas cresça, contando atual mente, cerca de trezentas alunas, sob a direção da Madre Maria José Lencart.

In: TÓRO, Bandeira de – O Ensino Primário no Concelho de Abrantes. A Hora: Jornal Ilustrado: cidade de Abrantes. Lisboa: [s.n.], 1973. Ano XL Nª 115 (1973), p. 21-24