Monumento Nacional, a Igreja de Santa Maria do Castelo é também o panteão da família Almeida e alberga desde 1921 o Museu D. Lopo de Almeida. A sua origem suscita ainda algumas dúvidas, mas sabemos que no espaço onde hoje se encontra, terá possivelmente existido um templo romano, uma vez que no subsolo da atual Igreja foi encontrada uma estátua romana acéfala em mármore, atualmente exposta.
Do mesmo período, o Museu D. Lopo de Almeida possui uma pequena árula anepígrafa muito erodida e uma ara votiva cuja leitura prova o culto a Júpiter, "deus máximo", encontradas nas proximidades. De igual forma, o achado de fragmentos cerâmicos de cronologia islâmica, apontará para uma continuidade de sacralização da área, dando algum eco à tradição da existência eventual de uma mesquita.
Contudo, temos documentação que atesta a sua construção como templo cristão, já durante o reinado de Afonso II, sendo doada no séc. XV à família Almeida, que a reconstruirá e transformará em panteão. Os túmulos góticos e renascentistas que encerra, atestam da riqueza e importância, quer desta família, quer do território abrantino na época. Deixou de estar ao culto em 1834, mas foi respeitada pelos militares que ocuparam o espaço intramuralhas até meados do século XX, tendo funcionado como museu ainda em plena utilização do castelo como quartel. O interior da igreja, luminoso e depurado, permite a fruição e contemplação dos elementos arquitetónicos originais na sua plenitude, destacando-se os túmulos parietais, o rico núcleo de azulejaria hispano-árabe e as belíssimas pinturas a fresco de inícios do século XV.
GPS: 39.464443N / 8.195286W