Monumento nacional de grande beleza e imponência, pela sua fachada principal e pelo património integrado do seu interior de grande qualidade: dois painéis de azulejos com a nau S.Vicente; alguns retábulos seiscentistas; escultura sacra; alfaias litúrgicas de grande valor; um púlpito de base com cálice e varanda de balaústres simples.
Desconhece-se a data exata da sua construção, mas a documentação atesta a sua existência já em 1224 e que, em 1227, haviam decorrido obras nos “ornamentos” e no “corpo da Igreja”. Deste período não parecem restar testemunhos, a não ser a necrópole do chamado “Adro Velho de S. Vicente”, junto à atual casa paroquial e nos quintais que se encostam às casas da Rua Actor Taborda.
Esta necrópole foi escavada entre 1995 e 1996 e trouxe à luz do dia cerca de sete dezenas de sepulturas maioritariamente escavadas no xisto brando. Muitas apresentavam a delimitação total do corpo – antropomórficas. A ocupação do espaço para cemitério deu-se dos séculos XII a XVI. É polémica, mas provável, a hipótese de a primitiva igreja se situar mais acima, tendo-se no século XVI cortado o monte para implantar a nova igreja, maior e mais forte. Assim se percebe que o adro atual da igreja tenha apenas enterramentos posteriores à sua “remodelação”. A reconstrução iniciada no reinado de D. Sebastião, teve a participação de grandes mestres que a transformaram num belo exemplo da arquitetura maneirista.
O interior possui três naves, tetos de abóboda de berço em caixotões na capela-mor e nas naves, nove altares e revestimento a azulejo padrão, azul e amarelo, do século XVIII. Realça-se ainda, no seu interior, o órgão barroco, bem como o conjunto do cadeiral e pinturas que o encimam. Saliente-se igualmente o conjunto de pequenos bustos relicários sobre o primeiro altar lateral. O órgão setecentista, talhado em madeira de castanho, data do século XVIII.
GPS: 39.464274N/ 8.198022W