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Manuel Dias

Oposição ao Estado Novo em Abrantes

POR ALVES JANA - Professor membro do CEHLA. As fotografias históricas são do arquivo de Carlos Vieira Dias

No ano em que se assinalam os 40 anos do 25 de Abril, fica bem espreitar de perto, ainda que apenas um pouco, como era a o movimento da Oposição a nível local, em Abrantes.

Manuel Pereira Dias, hoje com 84 anos, nasceu em Abrantes e aqui é reconhecido como um veterano da política, nomeadamente na CDE Lembremos que o Estado Novo era um regime de partido único. Só para as eleições é que os opositores se podiam organizar e concorrer. Daí a Comissão Democrática Eleitoral – CDE. Era-lhe então permitida alguma atividade pré-eleitoral. Que em Abrantes teve Manuel Dias como um dos seus rostos. A memória já não lhe é tão fiel como ele desejava. Mesmo assim, ainda nos deixa algumas pistas.

Eu nasci numa terra politicamente pacata, sossegada, numa comunidade conservadora, semi rural, como era a sociedade portuguesa da primeira metade do século passado. Eu tenho ideia da política aí a partir de uns anitos antes del950. Recordo as eleições do Norton de Matos [1948-49, para a presidência da República], que deram, alguma mexida na cidade, mas pouca. Recordo que andaram aí a pôr uns cartazes nas paredes, talvez a Câmara. Eu era novo [18 ou 19 anos], mas interessei-me logo por aquilo. Havia aqui algumas pessoas, jovens poucos, muito poucos, que se interessaram por aquilo. Essas eleições não deram nada, o regime tratou mal o Norton de Matos, e aqui, tal como noutros sítios, não foi bem tratado. Recordo que houve aqui uma sessão de esclarecimento, creio que no velho “Chapas”, onde eu fui assistir. Foram algumas pessoas falar, como o [Dr. Francisco Correia] Semedo. Estava lá o presidente da Câmara. Aquilo meteu-me alguma confusão, porque entendia que se devia discutir as ideias do Norton de Matos, a respeito do que seria o país, do que seria Angola... Bom, aquilo passou e Abrantes continuou pacata.

Mais tarde, aí em 72, houve uma movimentação do que se chamou a CDE, a Comissão Democrática Eleitoral. Isto já depois do Salazar ter desaparecido. O desaparecimento de Salazar marcou muito a sociedade portuguesa e também Abrantes, embora menos.

Quando Marcelo Caetano deu alguma abertura, naquilo que ficou conhecido como a “primavera marcelista”, eu, que andava sempre com o nariz no ar, vejo... então vamos atuar! Falei aqui com a malta da minha idade, eu teria na altura quarenta e poucos, e com o Beirão, que tinha um primeiro andar em frente ao [café] Chave Douro: - Tu não és homem para me emprestar aquela casa, só por um mês ou dois. Sabes? É que vai haver eleições e eu queria organizar... - Está bem, eu empresto.

Abro aquilo e meto uma data de malta dentro, abrantinos, malta nova. Falar de nomes já não me é muito fácil. Eu abria a porta e a malta ia lá para dentro. O que é que faziam lá dentro? Falavam, que era o que eu queria. A política não é mais do que isso, é falar. Depois, quando foi das listas, eu disse: - Nós somos uns dez ou quinze, vêm aí as listas e nós vamos distribuir as listas pelas portas, damos umas voltas à noite e metemo-las debaixo da porta. [As listas que seriam depositadas na urna como voto eram da responsabilidade das candidaturas]. E a malta fazia isso, era malta nova, de dezasseis anos ou dezassete.

Nessa altura, anos 70, os rostos da Oposição em Abrantes era eu e pouco mais. Apareceu depois o José Alberto Marques. Eu comecei a falar com ele e ele falava era de política. Política nacional, que de Abrantes ele não sabia nada.

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Por cima da atual agência bancária funcionou a sede da CDE

[E, por exemplo, o Dr. Orlando?] O Orlando era um homem muito sério, impecável, tinha escritório aberto [de advogado] ao pé da igreja da Misericórdia, e eu dava-me com ele. E quando foi dessa coisa da CDE, o Orlando dispunha-se a ir comigo falar com A ou B ou C. Mas não fomos muito. A atuação do Orlando comigo foi mais a seguirão 25 de Abril. Abrantes mexe mais politicamente, e de outra maneira, a seguir ao 25 de Abril, e não antes. Antes era uma política adormecida, parada, pouco acontecia. É uma história que não tem muito que contar. Nos anos 50, nada. Nos anos 60... começou. E isso despertava-me, por causa do problema da guerra. A guerra era tudo. Eu não gosto de guerra. E naquela altura, nós andávamos aí a fazer propaganda, íamos a uma aldeia ou outra e só víamos era mulheres vestidas de preto. Não era só uma nem duas. Podia lá estar uma escola com cem mulheres e quinze ou mais estavam vestidas de preto. Isto aí nos anos 60. [Iá com quem? E fazer o quê?]. Aqui, a memória já não me ajuda. Estão a escapar-me os nomes, mas não eram muitos.

Lembro-me de um militar que estava aí, esse não ia, mas informava-me. Era o sargento Gomes. Recordo de ele me dizer, na altura do Botelho Moniz: - Ó Manel Dias, isto vai acabar agora! O que é que ia acabar? Era o Salazar. Sentia-se que isto dependia tudo do Salazar, era o patrão, era o dono. E é verdade. Quando o Salazar desapareceu, isto mudou, veio a tal “primavera marcelista”. Tenho ideia de que o desaparecimento de Salazar deixou a população contente. Se exteriorizávamos esse contentamento, não recordo. Mas recordo que... aí em 44, subimos à torre da igreja de S. João e começámos a tocar o sino. Porquê? Morreu o Hitler! O que era mentira. Eu tinha uns 15 anos... e já andava metido nisso, era um bocado amalucado. [Donde é que lhe vinha “andar metido nisso”?]. Eu sempre gostei de dizer não. Ainda hoje, velho que sou... A política era um pouco isso, o sentimento do não. Eu era um bicho de rua, nunca estava em casa. Trabalhava durante o dia e à noite, rua. Fui feito assim, fui construído desta maneira. Já nos anos 60 eu lia muito sobre o que se passava em Angola. [E onde é que se informava?] Por aí, às vezes com militares, o tal Gomes de que já falei e que esteve aí uns anos... .

[Como é que o caso do Santa Maria foi vivido aqui?] Isso teve muita importância aqui, falava-se muito. E no caso do avião, do fulano, já não me lembro o nome, que roubou um dinheiro e fugiu para o norte de África. Sabia-se disso em Abrantes. E assim se foi passando o tempo.

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Sessão na Chamusca Manuel Dias, José Nisa, Maria Barroso e António Reis Vê-se o símbolo do PS

[Voltando à CDE em Abrantes, estava organizada, havia alguém que fosse identificado como representante local?] Já não recordo. Quem vinha aí muito era a Maria Barroso, a mulher do Mário Soares, e eu privava com ela. íamos a Torres Novas, a Tomar.... Era uma mulher destemida. Recordo que numa ocasião fomos a Alpiarça. Estava uma casa cheia, aí com umas trezentas pessoas e estávamos na conversa. Às tantas, há um burburinho e uns gajos que entram com duas ou três caçadeiras na mão. Nós estávamos lá ao fundo, na mesa, eu estava ao lado da Maria de Jesus [Barroso] e digo-lhe “estamos amolados”. Eram comunistas. Como eram comunistas, [pensavam] ‘esse grupo da Maria Barroso e do Manel Dias estão a introduzir-se no nosso terreno, a oposição somos nós’. Era uma atitude muito interessante do Partido Comunista. E fomos a outros sítios.

[Fomos ... quem?] Eu, a Maria de Jesus [Barroso]... Havia aqui uma figura que tinha importância, que era o António Reis, que era um rapaz novo e aparecia aqui em Abrantes a falar comigo: - Ó Manel Dias como é que isto aqui está? E ali para o lado de Vila de Rei, Mação, tem conhecimento de alguma movimentação política? E eu: - Não, não tenho. Antes do 25 de Abril era um bocado isso. I Antes do 25 de Abril, ou já depois, quando o PS começou a apresentar-se e a fazer “sessões de esclarecimento”? Bem, não podemos pedir à memória o que ela não pode garantir.]

[Depois do 25 de Abril] Até ao 1º de Maio, gastou-se esse tempo a discutir o que fazer no Io de Maio. O Sindicato dos Metalúrgicos, no Tramagal, que tinha uma direção, um tal Branco e outros, vieram falar comigo, julgo que aqui em Abrantes, já não tenho ideia: - No Io de maio devíamos fazer uma manifestação. Eu disse: - Uma manifestação, quanto a mim, deve ser feita na cidade e ir à Câmara. Marcou-se a hora e do Tramagal veio uma multidão. [...]

Subimos a rua do Montepio, creio que passámos pelo jardim [da República], passámos ao meu largo e fomos para a Câmara. A praça estava cheia de gente. Na varanda estavam o [Dr. Correia] Semedo: havia qualquer coisa e o Semedo era do contra, aparecia sempre. O [Dr.] Orlando [Pereira], aparecia menos, porque tinha um problema com a mulher. Eu só a conheci tarde e a más horas porque ela era comunista e a PIDE espetou com ela em casa e não podia sair. Esteve ali anos com residência fixa, anos! Vim a falar com ela pelo telefone: telefonou-me para eu arranjar uma sala para fazer uma sessão. Na varanda estava [ainda] eu, estava o José Alberto [Marques], estava o Lacão, o [Dr.] Consciência. Estava um militar, que [entretanto] apareceu.... Lá discursaram. Era o discurso do Viva a República (risos).

E há a Câmara. A CDE vai falar com a Câmara. A CDE era a entidade reconhecida,

na Oposição não havia [aqui] mais nada. Eu vou à Câmara e falo com o [Dr.] Esteves Pereira, que era o presidente, que já me conhecia, está claro. Isto foi logo no dia 25 ou 26. - Ó Dr., nós estamos nesta missão, que é de tratar das câmaras e das freguesias. [Mas foi lá sozinho?] Não tenho ideia se fui sozinho. [Continuando.] Vimos falar com os senhores, que a partir de agora deixam de ser presidentes de câmara. Devem pedir a demissão. O que é natural. E ele disse: - Tem toda a razão. Eu não me oponho a isso, pelo contrário. Ele foi muito correto. De resto, politicamente, ele não era nada mau. Ele saiu; as freguesias saíram todas.

[Pouco tempo depois do 25 de Abril aparece no PS. Como foi?] Passa o 1º de Maio e isto acalma. Durante alguns dias, quem se interessou por estas coisas, começa a questionar-se “o que fazer?” Aparece o Partido... Eu fui falar com o Abílio Monteiro, que era meu vizinho, tinha aqui uma ourivesaria: - Ó Abílio, tu queres ir comigo a Lisboa? E o Abílio: Ó Manel, eu não vou. Tu metes-te muito nessas coisas, mas eu não tenho muito jeito para isso. Então, recordo-me de ter ido falar com o |Dr.] Consciência. Vou ao escritório dele: Ó Consciência, você é homem para ir comigo amanhã a Lisboa? Vou inscrever-me no Partido Socialista. Inscrevo-me lá e abro a porta aqui. E lá fomos. Vimos embora e arranja-se uma casa, uma loja, na rua [do Montepio], por influência do Consciência. E abrimos aquilo... aí um mês depois.

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Manuel Dias, na varanda da Câmara, 1° de Maio de 1974 Nos extremos vêem-se Francisco Correia Semedo e Mano Semedo, pai e filho.

Este é o registo de uma conversa com o Manuel Dias. Importa deixar claro que este não é um ensaio histórico. Nem sequer um trabalho exaustivo de recolha crítica de informação. A memória, de todos nós e menos ainda de uma pessoa que já vai nos 83 anos na altura da recolha, não é o registo fotográfico do que se passou. Todo o ato de memória é uma reconstrução, muito mais numa conversa sobretudo narrativa. Mas é uma conversa com interesse, pelo que diz, pelo que sugere, pelas pistas que deixa. Podemos dizer que o tempo da Oposição ao Estado Novo em Abrantes esta ainda por desvendar. É sobretudo essa porta que queremos deixar aqui entreaberta. Voltaremos a espreitar por ela numa próxima oportunidade.

IN: JANA, Alves – Oposição ao estado novo em Abrantes. Zahara. Abrantes: Centro de Estudos de História Local. ISSN 1645-6149. Ano 12. Nº 23 (2014), p. 11-16

Abrantina ímpar, cidadã universal (ou do mundo)

Nasceu em Abrantes a 18 de janeiro de 1930. Em 1937 a família mudou-se para Lisboa, onde morreu a 10 de julho de 2004.

Foi a primeira mulher portuguesa a ser chefe de Governo (julho de 1979 a janeiro de 1980) e candidata a Presidente da República.

Licenciou-se em Engenharia Químico-Industrial pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa. Era uma das três mulheres entre os 250 alunos do curso.

Entre 1952 e 1956 presidiu à Juventude Universitária Católica Feminina. Foi copresidente, com Adérito Sedas Nunes, do I Congresso Nacional da Juventude Universitária Católica. A projeção que adquiriu levou-a, por aclamação, a presidente internacional da Pax Romana – Movimento Internacional de Estudantes Católicos (1956 e 1958). Em 1957 presidiu ao I Seminário de Estudantes Africanos, no Gana, e à Assembleia-Geral do movimento, em El Salvador. Em 1958 presidiu ao Congresso Mundial de Estudantes e Intelectuais Católicos, em Viena de Áustria.

Iniciou a carreira profissional em 1953, como investigadora na Junta Nacional de Energia Nuclear. Trabalhou depois na Companhia União Fabril (CUF), onde foi a primeira mulher dos seus quadros superiores, chefe de serviço do Departamento de Investigação e Desenvolvimento e diretora do Departamento de Estudos e Projetos.

A dimensão de crente e a sua intervenção cívica são indesligáveis, sendo a procura da justiça a sua ambição política.

Fundou o movimento Graal em Portugal. Por designação do papa Paulo VI, representou a Igreja Católica num grupo de ligação ecuménica com o Conselho Mundial das Igrejas.

Antes do 25 de abril foi: procuradora à Câmara Corporativa, votando vencida pareceres relativos a questões como liberdade de imprensa, modelo de desenvolvimento económico e alterações à Constituição; consultora do Ministério das Corporações e Previdência Social; presidente do Grupo de Trabalho para a Participação da Mulher na Vida Económica e Social; delegada à Assembleia Geral da ONU, onde fez intervenções sobre direito dos povos à autodeterminação, juventude, condição feminina, situação social no mundo e liberdade religiosa; presidente da Comissão para a Política Social Relativa à Mulher, que depois se passou a chamar Comissão da Condição Feminina.

Depois do 25 de Abril de 1974, além dos cargos políticos já citados, foi Secretária de Estado da Segurança Social e Ministra dos Assuntos Sociais. O programa de ação desse ministério foi classificado programa-modelo pelo Secretariado do Desenvolvimento Social para a Europa, da ONU. Foi consultora do Presidente da República, António Ramalho Eanes. Entre 1987 e 1989 foi deputada no Parlamento Europeu. Foi embaixadora de Portugal na UNESCO.

Com um estilo carismático, foi dinamizadora de importantes movimentos sociais e cívicos, resultantes da sua preocupação com o aprofundamento da democracia, tornando-se uma verdadeira cidadã do mundo. Foi fundadora ou membro de inúmeras instituições: Conselho de Imprensa; Rede de Mulheres Plataforma Inter-Grupos; Movimento para o Aprofundamento da Democracia (MAD); Plataforma Europeia para o Ambiente; Conselho de Interação de Ex-Chefes de Governo, criado por Kurt Waldheim, Leopold Senghor e Helmut Schmit, sendo sua vice-presidente; Conselho da Ciência e da Tecnologia ao Serviço do Desenvolvimento, eleita pela Assembleia Geral da ONU; Grupo de Peritos da OCDE sobre A Mudança Estrutural e o Emprego das Mulheres, a convite do Secretário-Geral da OCDE; conselheira especial do Reitor da Universidade das Nações Unidas; Instituto para o Desenvolvimento e a Ação Cultural (IDAC), Rio de Janeiro; Institute for Democratic Electoral Assistance, em Estocolmo; Council of Women World Leaders, Cambridge; World Order Model´s Project; Fundação Europa - América Latina; Clube de Roma, Paris; comité consultivo do Synergos Institute, Nova Iorque; membro da Pax Christi; Movimento Internacional de Mulheres Cristãs; Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida, eleita pela Assembleia da República.

Foi membro dos seguintes conselhos executivos ou diretivos: UNESCO; World Policy Institute da New School of Social Research; Universidade das Nações, por designação do Secretário-Geral da ONU, Director-Geral da UNESCO e Santa Sé.

Foi presidente de: Grupo de Peritos do Conselho da Europa sobre Igualdade e Democracia; Comissão Mundial Independente sobre a População e a Qualidade de Vida, a convite conjunto dos Governos da Holanda, Suécia, Noruega, Alemanha, Canadá, Reino Unido e Japão e da ONU, do Banco Mundial e de várias Fundações Americanas; Conselho Diretivo do WIDER/UNU (Instituto Mundial de Investigação sobre Desenvolvimento Económico da Universidade das Nações Unidas); Comité dos Sábios, a convite do Presidente da Comissão Europeia; Sisterhood is Global Institute, em Nova Iorque; Fundação Cuidar O Futuro.

Lecionou na Universidade Internacional de Lisboa um Curso sobre Problemas de Desenvolvimento Global e na Universidade Aberta, no Mestrado em Relações Interculturais, a disciplina Nacionalidade, Cidadania e Identidade Cultural.

Foi agraciada com os seguintes títulos honoríficos: The 1986 Living Legacy Award, atribuído pelo Women’s International Center, de San Diego (Califórnia); doutoramento “honoris causa” pela Universidade Católica de Lovaina; Grã-Cruz da Ordem Militar de Cristo, sendo a primeira mulher agraciada nessa Ordem com esse grau; Grã-Cruz da Ordem do Infante; Medalha Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.

A sua obra publicada é variada, incluindo livros e um vasto número de artigos em periódicos. As principais temáticas são a participação das mulheres no desenvolvimento e qualidade de vida, na cultura e na política, a renovação da teoria e prática políticas, a espiritualidade e o compromisso cristãos. Procura criar alternativas aos modelos existentes, propõe um diálogo interdisciplinar e caracteriza-se pela independência da sua reflexão política. Aproveitando os seus dotes excecionais de comunicadora, a divulgação do seu pensamento foi em grande parte feita através de longas entrevistas e debates, editados por publicações nacionais e estrangeiras, e da participação em muitos simpósios, encontros e colóquios.

Bibliografia:

PINTASILGO, Maria de Lourdes - As dimensões da mudança. Porto: Afrontamento, 1985

PINTASILGO, Maria de Lourdes - Imaginar a igreja. Lisboa: Multinova, [s.d.]

PINTASILGO, Maria de Lourdes - As minhas respostas: em diálogo com Eduardo Prado Coelho, Jaime Nogueira Pinto e João Carlos Espada. Lisboa: Dom Quixote, 1985

PINTASILGO, Maria de Lourdes - Os novos feminismos: interrogação para os cristãos?. Lisboa: Moraes, 1981

PINTASILGO, Maria de Lourdes - Reflexão sobre alguns conceitos políticos. Lisboa: Graal-Terraço, imp. 2005

PINTASILGO, Maria de Lourdes - Sulcos do nosso querer comum. Porto: Afrontamento, 1980

ATELIER SCIENTIFIQUE LE MONDE Á L'HORIZON 2000, PARIS, 1987 - Le monde a l'horizon 2000. Maria de Lourdes Pintasilgo. Paris: Unesco,1987

MOITA, Luís; SALGUEIRO, João; PINTASILGO, Maria de Lourdes - Nova Iorque-Lisboa : 37 dias depois.... Lisboa : Graal - Terraço, imp. 2001

Capa do livro - As minhas respostas: em diálogo com Eduardo Prado Coelho, Jaime Nogueira Pinto e João Carlos Espada  Capa do livro - Sulcos do nosso querer comum

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos

Nasceu em São Miguel do Rio Torto, em 1942. Licenciado em Finanças pelo ISEG (Universidade Técnica de Lisboa) e pós-graduado pela Harvard Business School.

Foi ministro das finanças do XII Governo Constitucional entre 1994 e 1995.

É professor catedrático convidado na área de Estratégia Empresarial do M.B.A. do ISEG. Tem feito carreira essencialmente no domínio da gestão e administração de empresas, nomeadamente na CUF (antes de 25 de Abril de 1974), onde foi administrador financeiro, e no grupo belga SAPEC, na qualidade de administrador-delegado.

Atualmente é presidente do grupo SAPEC, administrador da Nutrinveste, administrador do Banco Finantia e presidente do Comité de Investimentos do PVCI (Portugal Venture Capital Initiative), um fundo de capital de risco promovido pelo Banco Europeu de Investimento. É membro do conselho geral e de supervisão da EDP, desde 30 de Junho de 2006, tendo sido reeleito em 15 de Abril de 2009.

Bibliografia:

CATROGA, Eduardo - Política económica: 22 meses no Ministério das Finanças. [Lisboa]: Ministério das Finanças, 1995

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos

HENRIQUE DE MIRANDA VASCONCELOS MARTINS DE CARVALHO

PROFESSOR, DIPLOMATA E MINISTRO DE SALAZAR

Nasceu em Abrantes a 10 de janeiro de 1919 e morreu em 1994.

Licenciou-se em Direito e Ciências Político-Económicas. De perfil político-ideológico católico monárquico, foi professor universitário e diplomata, iniciando a carreira profissional em 1963 como professor do Instituto Superior de Ciências Sociais e Política Ultramarina. No Ministério dos Negócios Estrangeiros foi chefe dos Serviços de Cifra, dos Serviços do Pacto do Atlântico e dos Serviços dos Negócios Políticos Ultramarinos.

Da sua vasta carreira diplomática, destaca-se a de membro da comissão encarregada de defender os interesses de Portugal no diferendo com a União Indiana, no Tribunal Internacional de Haia (1957).

Foi membro da Comissão Orientadora do Centro Português de Estudos Europeus e do Conselho Diretivo do Centro de Estudos Políticos e Sociais da Junta de Investigação do Ultramar.

De 1958 a 1962 foi Ministro da Saúde e Assistência. Foi Procurador à Câmara Corporativa por nomeação do Conselho Corporativo. Desempenhou carreira parlamentar em diversas legislaturas.

Bibliografia:

CARVALHO, Henrique Martins de - A Casa de Bragança e a formação da Unidade Multicontinental do País. Lisboa: Fundação da Casa de Bragança, 1960

CARVALHO, Henrique Martins de - Política externa portuguesa. Lisboa: Junta de Investigação do Ultramar, 1964

CARVALHO, Henrique Martins de - Portugal e o pacto do Atlântico. Lisboa: [s.n.], 1953

CARVALHO, Henrique Martins de - Problemas sócio-culturais contemporâneos da família em Portugal [Texto policopiado]. Linda-A-Velha: Maria do Carmo Carvalho, 1997

CARVALHO, Henrique Martins de - Os ventos da história: estudos de política internacional. Amadora: Bertrand, [s.d.]. 2 vols.

  

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos

Biografia:

Nasceu em 1912 e faleceu em 1984. Foi diretor do jornal Diário da Manhã. Teve residência no Tramagal, onde vinha com alguma frequência.

Bibliografia:

OLIVEIRA, Barradas de - Alexandre Herculano: retrato político. Lisboa: Templo, 1978

OLIVEIRA, Barradas de - A pedra que foi rejeitada. Lisboa: ALEF, 1972

OLIVEIRA, Barradas de - O Ministro do Ultramar nas Províncias do Oriente : algumas notas sobre a viagem. Lisboa: Sociedade Astória, 1953

OLIVEIRA, Barradas de - Quando os cravos murcham. Meio milhão de mortos .Lisboa: Fernando Pereira, [D.L. 1982]

OLIVEIRA, Barradas de - Roteiro do Oriente: na viagem do Ministro do Ultramar, Comandante Sarmento Rodrigues, às províncias portuguesas da Índia, Timor e Macau, no ano de 1952. Lisboa: Agência Geral do Ultramar, 1953

OLIVEIRA, Barradas de - A vergonhosa descolonização. Lisboa: Edições Fernando Pereira, 1984

OLIVEIRA, Barradas de - Viriato. Lisboa: [s.n.], 1964

 

In  Exposição - 100 anos de autores abrantinos